HOJE NO
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Eutanásia
Quatro mil pessoas assinaram
petição em 24 horas
Petição já tem garantido o mínimo de assinaturas
necessárias para forçar discussão no parlamento. Médicos e enfermeiros
promovem debates.
Bastou um dia
para que os animadores do manifesto pela eutanásiam conseguissem as
quatro mil assinaturas necessárias para forçar a discussão no
parlamento.
Os líderes do movimento “Direito a Morrer com Dignidade” já tinham
assumido que, caso a iniciativa não fosse levada ‘de livre e espontânea
vontade’ pelos grupos parlamentares a discussão na Assembleia da
República, iriam forçar a discussão.
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Assim, no domingo, o movimento lançou uma plataforma no site Petição
Pública para a “Despenalização da Morte Assistida”, dirigida ao
presidente da Assembleia da República, Eduardo Ferro Rodrigues, onde o
manifesto, anteriormente divulgado pelo i, foi integralmente publicado.
Ontem, eram 18:03 quando o grupo atingiu o número necessário para levar a
discussão até ao parlamento.
Recolha vai continuar.
João Semedo que, desde
novembro, tem sido um das caras por detrás do movimento, acreditava
ontem de manhã que se iriam atingir as assinaturas necessárias até ao
final do dia. A premonição estava correta, mas a intenção dos membros
não parará por aqui. “A recolha vai continuar, não temos nem uma meta
nem um limite, fazemos da petição um instrumento de esclarecimento e
debate”, disse o antigo coordenador do Bloco de Esquerda ao i.
Para João Semedo, a rapidez com que os portugueses assinaram a
petição “confirma o que o manifesto revelou: há uma grande preocupação
na sociedade sobre as más condições em que se morre em Portugal e uma
consciência muito generalizada que é possível e necessário fazer
melhor”.
O político – e médico de formação – considera ainda que este
resultado “é finalmente uma manifestação da maturidade da sociedade
portuguesa, de aceitação das diferenças, de respeito pelo outro e pelas
suas escolhas”.
Debate na Saúde
A discussão está longe de ser pacífica – ou de estar terminada. Dentro da ordem dos Enfermeiros, a recém-eleita bastonária Ana Rita Cavaco – uma das signatárias do manifesto – vai promover um debate e referendo interno. “O doente é seguido e assistido em complementaridade por toda a gente. Enfermeiros e médicos têm que, em conjunto, discutir as questões, é em conjunto que a questão tem de ser encontrada, não podemos empurrar responsabilidades de uns para os outros”, disse a semana passada em declarações à agência Lusa.
A discussão está longe de ser pacífica – ou de estar terminada. Dentro da ordem dos Enfermeiros, a recém-eleita bastonária Ana Rita Cavaco – uma das signatárias do manifesto – vai promover um debate e referendo interno. “O doente é seguido e assistido em complementaridade por toda a gente. Enfermeiros e médicos têm que, em conjunto, discutir as questões, é em conjunto que a questão tem de ser encontrada, não podemos empurrar responsabilidades de uns para os outros”, disse a semana passada em declarações à agência Lusa.
O bastonário da Ordem dos Médicos (OM), José Manuel Silva, já tinha
admitido ao i a possibilidade de realizar um referendo interno. Na
quarta-feira passada, a sede da OM, em Lisboa, acolheu um debate – com
um painel semelhante ao do último programa Prós e Contras, da RTP –
sobre o tema.
Hoje, a Secção Regional do Norte da Ordem dos Médicos (SRNOM)
promove o debate “Dignidade no fim da vida”, com a presença de vários
médicos, entre eles o bastonário José Manuel Silva, Jaime Teixeira
Mendes, Edna Gonçalves e Isabel Ruivo (uma das proponentes do
manifesto). A discussão que tem sido feita, até agora, na sociedade
civil, avança assim para o seio dos órgãos de saúde.
“A OM não pode nem deve ficar indiferente ao debate sobre todas as
questões relacionadas com a dignidade no fim de vida”, considera Miguel
Guimarães, presidente da SRNOM.
* O direito à dignidade quando a vida é um horror sem retorno.
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