HOJE NO
"DIÁRIO ECONÓMICO"
Bruxelas desvaloriza impacto da notícia
. da TVI na venda do Banif
A comissária europeia para a Concorrência, Margrethe Vestager, disse
hoje não ter conhecimento sobre qualquer “relação problemática” entre a
TVI e o banco Santander, questionada a propósito de uma notícia da
estação, em dezembro de 2015, sobre o Banif.
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Respondendo a uma questão da eurodeputada Elisa Ferreira (PS) na
Comissão dos Assuntos Económicos e Financeiros do Parlamento Europeu
(PE) sobre a informação da TVI, a 13 de dezembro de 2015, de que o Banif
poderia ser intervencionado nessa semana, a comissária disse não ter
“conhecimento porque é que um canal de TV tenha feito passar estas
notícias nem de qualquer relação problemática”, nomeadamente com o
Santander Totta, que adquiriu entretanto alguns activos da instituição.
Na noite de 13 de dezembro de 2015, a TVI24 passou em nota de rodapé
um “última hora”, onde afirmava: “Banif poderá ser intervencionado esta
semana“ e, numa outra notícia enviada para telemóveis, a estação dizia
“Banif: está tudo preparado para o fecho do banco”.
Uma semana depois, também a um domingo, o Banco de Portugal e Governo
anunciaram a resolução do banco fundado em 1988 na Madeira, a venda de
alguns activos ao Santander Totta e a transferência de outros (muitos
deles ‘tóxicos’) para uma sociedade-veículo.
A operação surpreendeu pelo montante do dinheiro estatal envolvido,
que no imediato foi de 2.255 milhões de euros, o que obrigou a um
Orçamento retificativo e deverá fazer disparar o défice de 2015 para
cerca de 4% do Produto Interno Bruto (PIB).
No total, e retirando os 150 milhões de euros pagos pelo Santander
Totta, os custos para contribuintes podem chegar até 3.600 milhões de
euros.
O Banif disse que iria processar a TVI por causa da noticia avançada
pela TVI24. A estação de televisão pediu desculpa por ter induzido os
espectadores em erro e publicou um esclarecimento sobre a situação, onde
lamentou a que a notícia relativa ao banco que divulgou em rodapé na
emissão da TVI24 (o canal de informação do grupo) no domingo à noite
"não tenha sido totalmente precisa e esclarecedora", podendo "ter
induzido conclusões erradas e precipitadas sobre os destinos daquela
instituição financeira".
Contudo, esse esclarecimento não foi suficiente para o conselho de
administração do Banif. "A TVI vem agora pedir desculpa aos seus
espectadores bem como aos clientes, trabalhadores e acionistas do Banif,
desmentindo as notícias infundadas que desde domingo tem vindo a
divulgar", lê-se na nota enviada pelo Banif à comunicação social, que
adiantava que o grupo ia recorrer à justiça, divulgada pouco depois de
ter sido publicado o esclarecimento pela estação de televisão.
"O Conselho de Administração do Banif reitera que tudo fará para
fazer valer na justiça os danos irreparáveis causados ao Banif, pela
forma irresponsável e deontologicamente reprovável como, sem qualquer
preocupação pelo apuramento da verdade, publicaram afirmações erradas
com graves consequências para a atividade do banco", informou a
entidade, na altura ainda liderada por Jorge Tomé.
O ainda presidente do Banif, em entrevista à RTP Madeira a 15 de
Dezembro, teceu duras críticas ao canal, dizendo que a
informação avançada pela TVI "não é fundada" e é "tendenciosa", abalando
a confiança dos investidores.
“Veio perturbar todo um processo estruturado que está em curso, em
que a posição do Estado está a ser vendida”, explicou Jorge Tomé. Depois
de sair da liderança do Banif, disse em entrevista à SIC que a venda
foi feita num “contexto um bocado estranho”.
* A história é simples, o BANIF foi sempre um feudo de barões da Madeira, até Alberto João Jardim mandou no banco e, acaba como sempre, por os pacóvios do continente pagarem os desmandos.
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