HOJE NO
"DIÁRIO ECONÓMICO"
“Os riscos são grandes”.
RBS prevê 2016 crítico na economia mundial "Tenham medo"
O Royal Bank of Scotland lançou um manto negro sobre as expectativas
já de si negativas que a abertura de ano nos mercados bolsistas trouxe
aos investidores, dizendo a estes para serem cautelosos. “Ao invés de
aliviarem, dizemos sigam, e sejam cautelosos em 2016”, indica o RBS numa
nota conhecida nesta quarta-feira.
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“Achamos que os investidores devem ter medo porque a perspectiva
sinistra para o mundo neste ano foi corroborada nas últimas seis
semanas”, escrevem os analistas do banco, que lembram que “temos vindo a
alertar nas passadas semanas que tudo isto parece similar a 2008”.
“Suspeitamos que 2016 será caracterizado por maior enfoque em como a
saída ocorrerá nas três principais classes de activos que beneficiam do
QE [‘quantitative easing’, a compra de activos pelo BCE]”,
designadamente crédito e acções.
Dizendo que “mantém” a perspectiva de queda de 10 a 20% nas acções, o
RBS usa uma metáfora para mostrar que acha melhor sair enquanto é
tempo: “Numa sala cheia, as portas de saída são pequenas. Os riscos são
grandes”.
Após alertar os investidores para se manterem “cautelosos em 2016”, o
banco aponta ainda armas para o Banco Central Europeu. Em colisão com a
previsão de 1% de crescimento neste ano do índice de preços no
consumidor, o economista-chefe para o euro, Andy Cates, considera que,
na melhor das hipóteses, a variação não superará os 0,1% negativos. “O
BCE está em apuros e depressa o perceberá quando o consensual 1% para o
CPI [índice de preços no consumidor] em 2016 se revelar muito
optimista”.
Nesta nota assinada por Andrew Roberts, o analista da RBS enumera os
pontos principais da sua análise para 2016, mantendo uns e adicionando
outros. Entre as novidades das suas previsões há agora a perspectiva de
que os riscos de desinflação global podem tornar-se em deflação; os
retornos negativos em 2016 “são prováveis, ainda que, sem uma recessão
eles devam ser geríveis”.
Andrew Roberts acentua, por outro lado, as teclas em que já antes
batia: a China em dificuldades, há demasiada dívida no mundo para
permitir um crescimento saudável, os grandes mercados emergentes
(exceptuando Índia e Europa de Leste) mantêm-se vendedores, a guerra
cambial perdura e a automação está no trilho da destruição de 30 a 50%
de todos os postos de trabalho a nível mundial.
* Uma visão realista e previsível, o estímulo ao consumismo em 2015 pela "dita dura pàf" ajuda a comprometer 2016 em Portugal.
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