12/01/2016

.
HOJE NO
"DIÁRIO ECONÓMICO"

“Os riscos são grandes”. 
RBS prevê 2016 crítico na economia mundial "Tenham medo"

O Royal Bank of Scotland lançou um manto negro sobre as expectativas já de si negativas que a abertura de ano nos mercados bolsistas trouxe aos investidores, dizendo a estes para serem cautelosos. “Ao invés de aliviarem, dizemos sigam, e sejam cautelosos em 2016”, indica o RBS numa nota conhecida nesta quarta-feira.
.
“Achamos que os investidores devem ter medo porque a perspectiva sinistra para o mundo neste ano foi corroborada nas últimas seis semanas”, escrevem os analistas do banco, que lembram que “temos vindo a alertar nas passadas semanas que tudo isto parece similar a 2008”. “Suspeitamos que 2016 será caracterizado por maior enfoque em como a saída ocorrerá nas três principais classes de activos que beneficiam do QE [‘quantitative easing’, a compra de activos pelo BCE]”, designadamente crédito e acções.

Dizendo que “mantém” a perspectiva de queda de 10 a 20% nas acções, o RBS usa uma metáfora para mostrar que acha melhor sair enquanto é tempo: “Numa sala cheia, as portas de saída são pequenas. Os riscos são grandes”.

Após alertar os investidores para se manterem “cautelosos em 2016”, o banco aponta ainda armas para o Banco Central Europeu. Em colisão com a previsão de 1% de crescimento neste ano do índice de preços no consumidor, o economista-chefe para o euro, Andy Cates, considera que, na melhor das hipóteses, a variação não superará os 0,1% negativos. “O BCE está em apuros e depressa o perceberá quando o consensual 1% para o CPI [índice de preços no consumidor] em 2016 se revelar muito optimista”.

Nesta nota assinada por Andrew Roberts, o analista da RBS enumera os pontos principais da sua análise para 2016, mantendo uns e adicionando outros. Entre as novidades das suas previsões há agora a perspectiva de que os riscos de desinflação global podem tornar-se em deflação; os retornos negativos em 2016 “são prováveis, ainda que, sem uma recessão eles devam ser geríveis”.

Andrew Roberts acentua, por outro lado, as teclas em que já antes batia: a China em dificuldades, há demasiada dívida no mundo para permitir um crescimento saudável, os grandes mercados emergentes (exceptuando Índia e Europa de Leste) mantêm-se vendedores, a guerra cambial perdura e a automação está no trilho da destruição de 30 a 50% de todos os postos de trabalho a nível mundial.

* Uma visão realista e previsível, o estímulo ao consumismo  em 2015 pela "dita dura pàf" ajuda a comprometer 2016 em Portugal.

.

Sem comentários: