HOJE NO
"DIÁRIO DE NOTÍCIAS"
Farmacêuticos querem que ministro
trave anúncios do Calcitrin
A Ordem contesta que a empresa continue a publicitar "em termos inaceitáveis o produto", com recurso a figuras públicas.
A
Ordem dos Farmacêuticos apelou à "intervenção direta" do ministro da
Saúde para travar os anúncios publicitários do suplemento alimentar
Calcitrim MD Rapid e evitar situações suscetíveis de "causar prejuízos
sérios e de difícil resolução na saúde dos cidadãos".
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Num
comunicado hoje divulgado, a Ordem dos Farmacêuticos (OF) dá conta do
ofício que enviou no dia 6 de janeiro ao ministro da Saúde, Adalberto
Campos Fernandes, solicitando a sua intervenção para "pôr cobro" a uma
situação que se mantém apesar dos alertas do Infarmed e da Direção-Geral
de Alimentação e Veterinária contra este produto e do apelo das ordens
dos farmacêuticos e dos médicos à tutela em defesa da saúde pública.
"Não
obstante a preocupação que a Ordem dos Farmacêuticos tem vindo
reiteradamente a manifestar sobre este assunto, a verdade é que ainda
nada se alterou", afirma no ofício, sublinhando que "se mantêm na
íntegra as preocupações e receios que motivaram o recurso da Ordem dos
Farmacêuticos a uma providência cautelar que ainda decorre na Justiça".
A OF contesta que a empresa continue a publicitar "em termos
inaceitáveis o produto Calcitrin MD Rapid", salientando que o recurso a
figuras públicas nos anúncios lhes dão um cunho de verdade e seriedade,
sendo que neste caso não existe qualquer base científica.
"Com a
agravante de ter introduzido um anúncio no qual um cidadão afirma usar o
referido produto aconselhado 'pelo seu farmacêutico', bem como a
utilizar espaço publicitário na televisão pública para prestar
'esclarecimentos públicos sobre o assunto', tudo com a participação
ativa de apresentadores da estação pública", critica.
No dia 17 de
dezembro, a OF instaurou uma providência cautelar para travar os
anúncios publicitários àquele produto em todos os órgãos de comunicação
social, alegando que induzem um "consumo desnecessário, nocivo e sem
diagnóstico ou avaliação prévia por profissional habilitado".
Por
esse motivo, considerou a Ordem, o consumo indiscriminado destes
produtos constitui "uma ameaça à saúde e bem-estar dos cidadãos", pois
"pode levar a lesões graves e de difícil reparação".
No dia 18 de
dezembro, o Infarmed recomendou que não fossem utilizados produtos
contendo cálcio para a prevenção ou tratamento de doenças e anunciou que
decorrem ações de fiscalização à conformidade destes produtos no
mercado.
Sobre estas diligências anunciadas pela autoridade do medicamento, a OF
diz desconhecer até ao momento quais foram e quais os respetivos
resultados.
A 20 de dezembro as Ordens dos Médicos e dos Farmacêuticos apelaram ao
Ministério da Saúde para que interviesse na regulação da publicidade a
este tipo de suplementos e informaram que já haviam denunciado o caso
também à Entidade Reguladora da Saúde (ERS), que acabou por declinar
responsabilidades na fiscalização destas práticas, alegando que caem
fora do âmbito das suas atribuições.
* Não é só o produto em causa, vendem-se milhares de inutilidades de "produtos naturais" todos os dias, provavelmente quem autorizou a venda destes produtos deve estar rico, o lobie é poderoso.
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