08/12/2015

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ESTA SEMANA NO
"OJE"
Fiscalidade verde aumenta consumo
 de sacos de lixo mas…

A criação da fiscalidade verde, nomeadamente a taxa sobre os sacos de supermercado, veio aumentar o consumo de sacos do lixo mas trouxe, ao mesmo tempo, vantagens ambientais.

Quem o afirma é Rui Berkemeier, especialista de resíduos da Associação Nacional de Conservação da Natureza (Quercus).
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Em declarações à agência Lusa, o especialista deu ainda nota de que “o que é natural, e faz sentido é que o consumo global de sacos de plástico tenha diminuído, embora tenha aumentado o consumo de sacos do lixo. Mas como diminuíram muito os sacos das compras, a nível ambiental houve uma vantagem nesta medida”. Para Rui Berkemeier, era expectável o aumento do consumo de sacos de plástico para o lixo, pois as pessoas já não levam para casa os sacos das compras que antes eram oferecidos nos supermercados, embora alguns ainda o façam.

Segundo avançou o jornal Público, a medida de fiscalidade verde, colocada em prática em fevereiro, fez aumentar o consumo de sacos de lixo em 40%, um efeito colateral da taxa sobre os sacos de plástico dos supermercados esperado pelo Governo, mas que pode reduzir os benefícios ambientais da medida.

Segundo Berkemeier, deixaram de ser utilizados “milhões de sacos” e estima-se, agora, que a quantidade utilizada seja “inferior à dos sacos que eram oferecidos”.

O especialista lembra ainda que a medida da fiscalidade verde “não foi uma inovação portuguesa”, mas antes uma sequência das medidas que são seguidas a nível mundial.

O responsável da Quercus recorda ainda que todos os estudos realizados indicam que é “vantajoso para o ambiente” deixar de oferecer os sacos de plástico nos supermercados e frisa que o ambiente também ficou a ganhar pelo simples facto de o plástico dos sacos do lixo ser reciclado, substituindo o saco de plástico das compras que era verde. No entanto, adverte que a fiscalidade verde, criada para induzir boas práticas nos cidadãos e nas empresas, não está a premiar quem está a cumprir e a ser amigo do ambiente no que aos resíduos diz respeito.

“O problema é que a Taxa de Gestão de Resíduos não penaliza o suficiente quem envia resíduos para aterro ou quem envia para incinerar, o que quer dizer que, quem recicla, acaba por não ver o esforço reconhecido”, vinca.

* Consideramos que foi uma boa medida, chega de preguiça.

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