07/12/2015

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  HOJE NO  
"DIÁRIO DE NOTÍCIAS"
E o patologista mais influente do mundo é: o português Sobrinho Simões

O médico e cientista do Porto foi escolhido pelos seus pares em todo o mundo

A pergunta era esta: "Quem são os profissionais de medicina em laboratório, ou seja, os patologistas, mais influentes?" A revista internacional The Pathologist colocou-se a questão e depois decidiu lançá-la, há cerca de dois meses, aos patologistas do mundo inteiro: o seu universo de leitores especializados. Recebidas as respostas e feitas as contas, o resultado é este: o patologista mais influente do mundo é o português Manuel Sobrinho Simões, professor e investigador da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto, que ali fundou há 26 anos o instituto de investigação Ipatimup, que ainda dirige, e que abriu caminhos novos no estudo do cancro.
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Entre os motivos invocados para a escolha do médico e cientista português, os inquiridos afirmam que Sobrinho Simões "contribuiu mais do que ninguém para a visibilidade da patologia na Europa", que "tem apoiado jovens patologistas oriundos de todo o continente europeu", ou ainda que ele "representa a combinação perfeita entre a inteligência científica e a nobreza", enumera a revista.

Mas não ficam por aqui as razões da escolha. Sobrinho Simões, dizem igualmente os que nele votaram "é, não apenas um grande cientista, mas também uma pessoa carismática, generosa, simpática e atenta aos outros", e "as suas contribuições para o diagnóstico clínico do cancro da tiroide são excecionais". Hoje, referem os inquiridos, "os patologistas de todo o mundo seguem, na sua rotina de trabalho, as regras que ele estabeleceu".

Sobrinho Simões, como confessou ao DN, ficou "felicíssimo". "É uma enorme satisfação, mas fui um pouco apanhado de surpresa", diz. E sublinha: "Penso que a escolha tem sobretudo a ver com o facto de nestas últimas décadas termos treinado aqui, no Ipatimup, muitos jovens patologistas de todo o mundo, e também com o trabalho que desenvolvi quando fui presidente da Sociedade Europeia de Patologia entre 1999 e 2001".

Esse trabalho passou, nomeadamente, pela criação na altura de unidades da Escola Europeia de Patologia em cidades onde, até aí, elas não existiam, como Ancara, na Turquia, Moscovo, Craiova, na Roménia, Cracóvia, na Polónia e ainda numa outra cidade da República Checa. Foi igualmente durante a sua presidência daquela sociedade europeia que se realizaram os primeiros congressos intercontinentais da especialidade, o contribuiu para aproximar os profissionais desta área médica "que em geral tem muito pouca visibilidade", como admite o cientista português.

Herdeiro de "uma escola tradicionalmente muito boa de patologia em Portugal", que ficou marcada por médicos patologistas como Jorge Horta e Cortês Pimentel em Lisboa, Amândio Tavares e Daniel Serrão no Porto, e Renato Trincão em Coimbra, o Ipatimup é também um das instituições mundiais onde os jovens patologistas em fase de aprendizagem podem fazer treino especializado - é isso que tem acontecido, aliás, nas últimas décadas. Não é por acaso que muitos dos que votaram no cientista português como o patologista mais influente do mundo se referem a ele como "um professor entusiasta, que está sempre pronto a partilhar o seu conhecimento".

Essa é, afinal, a sua forma de estar. A mesma que o leva também a fazer 300 consultas gratuitas por ano, para casos de cancros difíceis, oriundos de todo o mundo.

Premiado em Portugal e a nível internacional - Prémio Pessoa em 2002, Grã-Cruz da Ordem do Infante D. Henrique, em 2004, comendador da Ordem de Mérito Real da Noruega, em 2009, entre muitos outros -, Manuel Sobrinho Simões é natural do Porto, onde se formou em Medicina e se especializou em patologia, na qual ajudou a desbravar caminhos, nomeadamente no cancro da tiroide. Hoje, passadas quatro décadas, é a pessoa mais influente do mundo na sua área de atividade.

* Para a maior parte dos portugueses esta escolha é "tremoços" dada a ignorância e apatia do conhecimento em que vivem, fruto das políticas de educação em vigor no país. Sobrinho Simões foi escolhido por colegas do mesmo ofício, não por qualquer autoridade medalheira que por aí circula.

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