HOJE NO
"JORNAL DE NEGÓCIOS"
Banco de Portugal garante
"segurança dos depósitos" no Banif
O regulador presidido por Carlos Costa "está a
acompanhar a situação do Banif", banco que tem o seu plano de
reestruturação a ser analisado pela Comissão Europeia.
O regulador do sector financeiro garante que está a acompanhar o Banif. Sem fazer grandes comentários, diz apenas que está a actuar "dentro dos seus poderes".
.
"O Banco de Portugal, em articulação com o Ministério das Finanças,
está a acompanhar a situação do Banif, garantindo, como é da sua
competência, a estabilidade do sistema financeiro, bem como a segurança
dos depósitos", indica um comunicado do regulador presidido por Carlos Costa publicado na manhã desta terça-feira, 15 de Dezembro.
O presidente executivo do banco, Jorge Tomé, também falou nesse sentido
numa entrevista à RTP Madeira, adiantando que os "depositantes e os
contribuintes podem estar descansados". O Governo também já assegurou a "a plena protecção dos depositantes".
O Banif encontra-se sob pressão para ser vendido, havendo um prazo
definido para a entrega de propostas até ao final da semana. Sobre essa
operação, o supervisor não se alonga, dizendo apenas que este está a ser
liderado por Jorge Tomé, o CEO do banco.
"Tal como foi revelado pelas autoridades nacionais, europeias e pelo
conselho de administração do Banif, o plano de reestruturação do Banif
está a ser analisado pela Comissão Europeia e, em paralelo, está a
decorrer um processo de venda internacional da instituição financeira
conduzido pelo conselho de administração", indica o comunicado.
O Banif tem apresentado, desde que recebeu ajuda externa no final de 2012, vários planos de reestruturação
à Direcção-Geral de Concorrência da Comissão Europeia para que o apoio
não seja considerado ilegal. Contudo, não houve ainda nenhuma versão
aceite, pelo que ainda cabe a Bruxelas decidir o que fazer – neste
momento, está em curso uma investigação aprofundada ao auxílio estatal
de 1,1 mil milhões de euros.
Em relação ao momento vivido pela instituição financeira fundada por
Horácio Roque, o Banco de Portugal defende que "está a actuar dentro dos
seus poderes e competências enquanto autoridade integrada no Mecanismo
Único de Supervisão europeu".
O Mecanismo Único de Supervisão é o
sistema de supervisão da banca da Zona Euro em vigor desde 4 de
Novembro de 2014 e em que o Banco Central Europeu tem o papel central.
O BCE exerce a supervisão directa sobre os maiores bancos; já as
instituições de crédito que não são significativas, como o Banif,
continuam a ser acompanhadas pelos reguladores nacionais, caso do Banco
de Portugal. Além disso, o regulador sob o comando de Carlos Costa é,
também, a autoridade de resolução em Portugal.
Caso a venda do
banco falhe, fica a porta aberta para uma intervenção urgente, ainda que
não se conheçam totalmente em que moldes tal poderá acontecer. As
regras europeias definem que todos os bancos têm de ter preparados
planos de resolução para quando a actividade entre em risco - ainda que
haja novas normas a serem implementadas no arranque do próximo ano, como
a possibilidade de usar os depósitos acima de 100 mil euros na salvação de um banco.
No
domingo passado, a TVI chegou a dar como certa uma resolução aplicada
ao Banif, o que foi desmentido de forma "categórica" pelo banco. "Qualquer
cenário de resolução ou imposição de uma medida administrativa não tem
qualquer sentido ou fundamento", indicou a instituição em comunicado
naquele dia. Até aqui, o Banco de Portugal tem-se recusado a prestar
declarações sobre o banco, silêncio que terminou com as declarações hoje
emitidas.
* O sr. governador Carlos Costa está a dar garantias semelhantes que deu aos lesados do BES, parecidas com as do sr. Vitor Constâncio relativamente ao BPN, os portugueses não têm motivos para acreditar.
.
Sem comentários:
Enviar um comentário