Gente de palavra
Vivemos tempos de violência alimentada por
preconceitos e sobretudo, por muitas mentiras (as tais que repetidas
muitas vezes se tornam “verdade” como dizia o sinistro ministro da
propaganda de Hitler). Nas televisões e jornais repete-se, à náusea e em
delírio tresloucado, os clichés que, há décadas, se usam para denegrir
aqueles que, contra os poderes instituídos, reclamam justiça e
liberdade. A irracional onda anticomunista recuperou a sua força, mais
ou menos adormecida, perante a possibilidade de se pôr fim a uma era de
crescimento, sem precedentes, da pobreza à custa do enriquecimento,
igualmente, sem precedentes, da riqueza nas mãos de uma elite que, por
deter o poder, se dispensa da repartição fiscal criada pela Democracia.
O acordo parlamentar, nos termos da Constituição, estabelecido entre o
PCP, o BE e o PS faz tremer os que há anos gozam de impunidade no saque
ao nosso país. Aquelas poucas linhas de acordo causam-lhes pânico
porque comprometem a muito bem sucedida política de espoliação do país,
de compadrio e assalto a tudo o que dá lucro. Eles sabem que qualquer
alívio, por menor que seja, da canga da inútil austeridade pode
despertar a esperança nas vítimas das suas malfeitorias. Daí a campanha
de terrorismo assente, sobretudo, na desinformação: “aqui d’el rei” vêm
aí os comunistas “roubar” o povo! Mas o que é isto?! Quais comunistas?!
Os mesmos que durante 48 anos de fascismo morreram em defesa da
liberdade nas mãos dos algozes da ditadura?! Os mesmos que, já em
Democracia, ergueram os pilares do trabalho com direitos, da saúde e
educação para todos, da segurança social?! Quais comunistas?! Aqueles
que sempre foram ao encontro das populações para saber dos seus
problemas e nos lugares próprios lhes dão voz?! Aqueles que param na rua
quando interpelados por gente em aflição?! Quais comunistas?! Aqueles
que combatem a pobreza, a exclusão e defendem a dignidade com propostas
bem concretas?! Mas afinal a quem metem medo estes comunistas?! O ódio
que tem explodido por aí é muito perigoso e impõe a todos bom-senso,
lucidez, discernimento e coragem. O compromisso dos comunistas
portugueses é só uma: fazer tudo para que todas as pessoas vivam melhor,
incluindo as de direita, com empenho e sem violência, nem mesmo a das
palavras.
Nota: Aos que, sob a capa do anonimato, me insultam, volto a afirmar: eu dou a cara e assino cada palavra!)
IN "DIÁRIO DE NOTÍCIAS DA MADEIRA"
17/11/15
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