HOJE NO
"DIÁRIO DE NOTÍCIAS"
Kalashnikovs dos ataques de Paris
. compradas a alemão pela net
Duas semanas após os atentados, Salah Abdeslam continua em fuga. Sexto suspeito detido pelas autoridades belgas
A
polícia deteve um homem de 24 anos em Magstadt, no sudoeste da
Alemanha, que convertia armas não letais (pistolas de partida) em armas
de fogo e depois as vendia na Internet. Mas na investigação descobriu
que afinal pode também ter detido o traficante que vendeu quatro
kalashnikovs usadas nos ataques de Paris. Duas semanas após os atentados
no Bataclan, Stade de France e nos cafés da capital francesa, que
fizeram 130 mortos, a polícia continua à procura de um dos suspeitos,
Abdeslam Salah, e de um cúmplice, Mohamed Abrini.
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Segundo
o tabloide alemão Bild, que cita os documentos do Ministério Público de
Estugarda, o suspeito terá vendido duas kalashnikov de fabrico chinês e
duas metralhadoras Zastava M70 a um "árabe em França" a 7 de novembro.
As compras eram feitas através da Darknet, rede de acesso restrito onde é
possível comprar e vender armas, drogas e serviços ilegais. O suspeito,
identificado como Sascha W., foi detido na terça-feira e na sua casa
foram apreendidas 16 armas ilegais. A polícia confirma a detenção de um
alegado traficante de armas, mas recusa confirmar qualquer ligação com
os ataques de Paris.
Suspeitos por identificar
Sete
dos autores dos ataques de 13 de novembro, morreram nessa mesma noite.
Brahim Abdeslam (irmão de Salah, que continua em fuga), Bilal Hadfi,
Samy Amimour e Ismaël Omar Mostefaï (filho de mãe portuguesa e pai
argelino) já foram identificados. As autoridades francesas divulgaram as
fotos de dois dos bombistas suicidas do Stade de France, junto dos
quais foram encontrados passaportes sírios de origem duvidosa, pedindo
ajuda para os identificar. Um dos kamikazes do Bataclan continua por
identificar.
O mesmo se passa com o
suicida que acionou o cinto de explosivos na casa em Saint-Denis,
durante uma operação policial na madrugada de 18 de novembro, e que
seria o terceiro homem do comando que atacou os bares e restaurantes de
Paris. No cerco policial morreu também o alegado cérebro dos ataques, o
belga Abdelhamid Abaaoud, e a sua prima, Hasna Aït Boulahcen, que o
ajudou a esconder-se. Segundo a polícia, Abaaoud estaria a preparar um
novo ataque em La Défense, o bairro financeiro de Paris.
Jawad
Bendaoud, que alugou o apartamento, também está detido por ligação aos
terroristas, posse de armas e explosivos. No total, desde a instauração
do estado de emergência em França, a polícia já realizou mais de 1600
buscas, tendo detido mais de uma centena de suspeitos. Entre eles o
"emir branco", Olivier Corel, imã salafita de origem síria que foi o
mentor de vários jihadistas de Toulouse e de Fabien Clain, cuja voz foi
identificada no vídeo de reivindicação dos ataques por parte do Estado
Islâmico.
Mas o principal suspeito,
Salah Abdeslam, que alugou os quartos de hotéis e dois dos carros usados
pelos terroristas, continua em fuga. Suspeita-se que terá transportado
os bombistas suicidas para o Stade de France antes de se dirigir ao
XVIII bairro de Paris. Foi encontrado um cinto de explosivos abandonado,
pensando-se que desistiu de se fazer explodir, por alguma razão ainda
desconhecida. É alvo de um mandado de captura internacional junto com
Mohamed Abrini, que viajou com ele de carro de Bruxelas para Paris, dois
dias antes dos ataques, mas não estaria na capital francesa na noite da
tragédia.
Conexão belga
Apesar
de os suspeitos já identificados serem franceses, muitos tinham vivido
no bairro de Molenbeek, em Bruxelas, e eram conhecidos das autoridades
belgas. O Ministério Público da Bélgica acusou ontem um sexto indivíduo
de "atentados terroristas" e de "participação em atividade de um grupo
terrorista". O último suspeito, cuja identidade não foi divulgada, foi
detido na quinta-feira em Bruxelas, ao mesmo tempo que o pai e irmão em
Verviers (leste da Bélgica). Estes foram contudo libertados.
Dos
cinco acusados cujo nome já foi divulgado, três ajudaram Salah Abdeslam
na viagem de carro entre Paris e Bruxelas, após os ataques. Hamza Attou
e Mohammed Amri, detidos no dia 16, foram buscá-lo à capital francesa
na noite da tragédia, deixando-o em Laeken, nos arredores norte da
capital belga.
No princípio da tarde de
sábado, um amigo telefonou a Ali Oulkadi a pedir ajuda para levar
Abdeslam para o centro de Bruxelas. Durante a hora que estiveram juntos,
e que incluiu a paragem num café, Salah terá contado que o irmão Brahim
se tinha feito explodir em Paris. Ontem, o tribunal decidiu manter
Oulkadi detido durante mais um mês, assim como outro suspeito, Abdelilah
Chouaa, cujo papel é ainda desconhecido. Um quinto suspeito, Lazez
Abraïmi, também terá ajudado Abdeslam a cruzar a Bélgica, tendo sido
descoberto sangue no seu carro, junto com armas.
* Os países ocidentais vivem numa íntima promiscuidade com o terrorismo árabe, não têm a mínima eficácia no que respeita à fiscalização da venda de armamento, as fábricas não comunicam a identidade de muitos clientes.
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