HOJE NO
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Deputados do CDS defendem
que casais gay têm a mesma
capacidade para adoptar crianças
Posições foram expressas em declarações de voto à adopção por casais do mesmo sexo.
Os deputados do CDS-PP Francisco Mendes da
Silva, Ana Rita Bessa e Teresa Caeiro defenderam que os casais
homossexuais têm a mesma capacidade para adoptar crianças, questionando,
contudo, se existe na sociedade um ambiente favorável.
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As posições foram expressas em declarações de voto à adopção por
casais do mesmo sexo, a que a agência Lusa teve acesso, e, no caso de
Francisco Mendes da Silva, é considerado que, apesar de "o prisma
essencial" desta matéria ser o do superior interesse da criança, também
estão em causa direitos de adultos, nomeadamente o de constituir
família.
"Reconheço que a questão inclui uma dimensão que tem a ver com os
direitos dos adultos. O processo de adoção depende de uma candidatura
dos eventuais adoptantes, o que traduz inequivocamente uma manifestação
de vontade, aliás respeitante a um impulso natural do ser humano - o de
constituir e viver em família", afirma Francisco Mendes da Silva na
declaração de voto.
O deputado centrista, que foi um dos parlamentares que deixaram na
sexta-feira a Assembleia da República devido ao regresso dos antigos
membros do governo ao hemiciclo, sublinha, contudo, que o "interesse
central é o superior interesse da criança" e "é este que deve ser,
sempre, o guia supremo do legislador", e a partir desse guia persistem
"dúvidas profundas" que não conseguiu ainda ultrapassar e que se prendem
sobretudo com a maturidade da sociedade.
"Existe ou não na sociedade portuguesa, já, um sentimento geral que a
aproxima dos princípios dos projetos em discussão? Devem os riscos de
um hipotético ambiente geral desfavorável sobrepor-se aos benefícios
eventualmente decorrentes da mudança na lei?", são algumas das questões
colocadas por Francisco Mendes da Silva.
No mesmo sentido vai a declaração de voto das deputadas centristas
Ana Rita Bessa e Teresa Caeiro, que defendem que os casais homossexuais
têm a mesma legitimidade e capacidade para adotar crianças, justificando
o voto contra com o facto de a sociedade ainda não reunir as condições
concretas para salvaguardar inequivocamente o superior interesse da
criança.
"Cabe ao Estado assegurar o superior interesse da criança, não só no
momento concreto da adoção - porventura permitindo a experiência de uma
vida em família por oposição à institucionalização - mas até à sua
maioridade ou emancipação. Ora, esta discussão ocorre num tempo concreto
e numa sociedade concreta, isto é, num contexto que não me parece
reunir (ainda) as condições para que esse superior interesse da criança -
e não o de causas sociais legítimas - esteja salvaguardado", lê-se na
declaração de voto.
Por outro lado, as deputadas argumentam na declaração de voto que os
projetos de lei "deram entrada logo nos primeiros dias da legislatura,
de uma legislatura atípica, com uma intencionalidade clara de
estabelecer ‘bandeiras de esquerda', intenção à qual subjaz uma lógica
de direito natural dos partidos de centro-esquerda sobre estes assuntos
ou causas".
Ana Rita Bessa e Teresa Caeiro afirmam que, "embora estas matérias
não constem do programa eleitoral, existe uma linha de pensamento
prevalecente no CDS a este respeito que, sendo prevalecente, não é
única" e que foi "no subtil equilíbrio entre consciência e
representatividade que é pedido a um deputado", que encontraram um
"espaço à saudável diversidade" permitido pela abstenção.
O momento em que os projetos foram apresentados, como parte de uma
"posição de força" da esquerda é também invocado por Francisco Mendes da
Silva que afirma que gostaria de ter tido oportunidade para amadurecer
mais a sua posição, considerando, contudo que "as regras do debate sério
e franco cederam perante objetivos que nada têm a ver com a vontade de
esclarecimento e de convencimento leal do adversário".
* Oh suprema hipocrisia! O grupo parlamentar do CDS é a nossa preguiça fálica.
Viva a igualdade para tudo, até para se ser humano.
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