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"DIÁRIO DE NOTÍCIAS"
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Economist:
Costa deve preparar-se para
"valentes cotoveladas" de aliados
Costa deve preparar-se para
"valentes cotoveladas" de aliados
Imprensa internacional continua a debater o acordo histórico da esquerda portuguesa
A
revista The Economist faz esta quinta-feira eco da situação política
portuguesa, referindo mais uma viragem à esquerda na zona euro, que
acontece apesar da coligação de direita ter ganho as eleições, com o
executivo derrubado no Parlamento.
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Segundo o Expresso,
a Economist chama "profana trindade" aos socialistas, comunistas e
bloquistas que se aliaram para apoiar a um Governo do PS. E nota que um
Executivo socialista deverá estar preparado para levar "valentes
cotoveladas" dos seus aliados.
"Um
Governo do PS estará dependente do votos de partidos que pretendem
reestruturar a dívida externa e deixar a NATO", acrescenta a The
Economist. "O senhor Costa jurou manter-se no caminho estreito da
consolidação fiscal, mas deverá esperar umas valentes cotoveladas da sua
esquerda".
El Mundo pede a Cavaco que respeite maioria de esquerda
Já o diário espanhol El Mundo escreve hoje em editorial
que o Presidente da República "deve respeitar a maioria da aliança de
esquerda" em Portugal, mas alerta quanto a um eventual regresso "ao
descontrolo das contas públicas".
O
jornal recorda que o Governo de Passos Coelho foi derrubado "apenas 11
dias depois da sua constituição", "mediante uma moção que pôs em
evidência que os conservadores não contam com uma maioria parlamentar
suficiente" e recorda o papel de Cavaco Silva ao indigitar o
primeiro-ministro.
"Extravasando as
funções de neutralidade exigidas pelo cargo, o Chefe de Estado português
fez finca-pé em que o seu correligionário Passos Coelho formasse
Governo. Neste momento, Cavaco tem duas opções: manter um executivo em
funções até que se possam fazer novas eleições - nunca antes de junho de
2016 - ou indigitar um Governo da esquerda", escreve o diário espanhol.
Para o El Mundo,
"as regras do sistema parlamentar português e o respeito ao resultado
das urnas exigem que Cavaco opte por esta segunda opção".
No
entanto, o jornal aponta que existe uma questão completamente
diferente: o futuro de Portugal com um executivo "formado por uma
heterogénea amálgama de partidos" [PS, PCP, Bloco de Esquerda e Os
Verdes].
"É a primeira vez desde 1975
que os socialistas se põem de acordo com a extrema-esquerda e isso
provocou o receio dos mercados sob a forma de pressão sobre a dívida e
quedas da bolsa em Lisboa", adianta o El Mundo.
Entre
as medidas acordadas pelas forças de esquerda, recorda o jornal,
destacam-se "a reposição integral dos cortes salariais aos funcionários,
um aumento gradual do salário mínimo dos 505 euros atuais para os 600
euros em 2019, atualizar as pensões e anular várias privatizações".
"Parece difícil, com este programa, cumprir os objetivos de défice fixados pela UE", diz o El Mundo, recordando que "Portugal foi resgatado pela Troika em 2011 ao receber 78 mil milhões de euros".
"Desde
então, reduziu o seu défice público de 11% para 4,5% e saiu de uma
recessão para registar um crescimento de 0,9% em 2014. O maior perigo
agora para a economia lusa é que o regresso da esquerda ao poder, ainda
que legítima, implique o regresso ao descontrolo nas contas públicas",
conclui.
* Portugal pode ser um bom exemplo para os politiqueiros europeus.
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