HOJE NO
"JORNAL DE NOTÍCIAS"
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O que é igual e o que é diferente
nos acordos que o PS assinou com
PCP, BE e PEV
O PS assinou esta terça-feira três acordos distintos com PCP, BE e PEV, destinados a construir uma solução política alternativa ao Governo PSD/CDS-PP, cujo programa foi rejeitado na Assembleia da República.
Os
acordos políticos negociados entre PS, BE, PCP e PEV foram assinados
esta terça-feira às 13.45 horas, no edifício novo da Assembleia da
República num gabinete do PS e sem a presença da comunicação social.
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Os entendimentos escritos, que têm
como título "Posição conjunta do PS com PCP, ou BE, ou PEV sobre solução
política", têm três páginas e cinco pontos praticamente idênticos.
Ao
entendimento com o BE, acrescem depois mais três páginas de anexos e do
documento assinado com os Verdes constam mais sete páginas de anexos.
PONTOS COMUNS
-
Nos três acordos são elencadas medidas em que foi possível convergir (e
que têm tradução na proposta de Programa de Governo do PS, aprovada na
Comissão Nacional do partido), como o descongelamento das pensões, a
reposição dos quatro feriados suspensos, a redução do IVA da
restauração, a revogação das recentes alterações à Lei de Interrupção
Voluntária da Gravidez ou a não admissão de qualquer novo processo de
privatização, entre muitas outras medidas;
- Os três partidos
comprometem-se, "não escondendo do povo português diferenças quanto a
aspetos estruturantes da visão de cada partido ", a "virar a página das
políticas que traduziram a estratégia de empobrecimento seguida por PSD e
CDS", defender as funções sociais do Estado e "conduzir uma nova
estratégia económica assente no crescimento e emprego, no aumento do
rendimento das famílias e na criação de condições para o investimento
público e privado";
- PCP, BE e PEV reconhecem que seria mais
exigente construir "um acordo sobre um governo e um programa de governo"
único entre os quatro partidos. No entanto, salientam haver
convergência necessária para se comprometerem com o PS a rejeitar
"qualquer solução que proponha um governo PSD/CDS" e a derrotar
"qualquer iniciativa que vise impedir a solução governativa
alternativa";
- Os três partidos comprometem-se a fazer com o PS
"o exame comum quanto à expressão que as matérias convergentes
identificadas devem ter nos Orçamentos do Estado, na generalidade e na
especialidade" e a examinar medidas e soluções que podem, fora do âmbito
do Orçamento do Estado, ter concretização mais imediata";
- Os
três partidos irão examinar com o PS, em reuniões bilaterais, outras
matérias relacionadas com "legislação com impacto orçamental, moções de
censura ao Governo, iniciativas legislativas oriundas de outros grupos
parlamentares, iniciativas legislativas que, não tendo impacto
orçamental, constituam aspetos fundamentais da governação e
funcionamento da Assembleia da República";
- Nos três textos é
referido que as posições bilaterais hoje assinadas não limitam outras
soluções alargadas aos partidos de esquerda.
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No anexo do acordo firmado entre PS e BE, está prevista a criação no
início da legislatura de grupos de trabalho, compostos por
representantes dos partidos signatários e pelo membro do governo que
tutela a área respetiva, e que deverão elaborar relatórios semestrais,
sobre "áreas fundamentais" da governação.
-O acordo BE/PS prevê a
criação de grupos de trabalho para a elaboração de um Plano Nacional
Contra a Precariedade, para o estudo sobre pensões não contributivas e
estrutura da proteção social, para a avaliação da sustentabilidade da
dívida externa, para a avaliação dos custos energéticos com incidência
sobre as famílias e propostas para sua redução e um último sobre a
política de habitação, crédito imobiliário e tributação do património
imobiliário;
- O BE sublinha no anexo ao acordo com o PS algumas
das medidas que não constam da proposta de Programa de Governo do PS e
que constavam do programa eleitoral socialista, como o regime
conciliatório ou a redução da Taxa Social Única, bem como a inclusão de
medidas que não estavam inicialmente no programa dos socialistas, como a
reposição até ao final do próximo ano dos salários dos funcionários
públicas ou a reposição da norma que determina a atualização anual das
pensões.
-
PCP e PEV sublinham outras matérias, em que não houve acordo com o PS,
mas nas quais "se regista uma convergência quanto ao enunciado dos
objetivos a alcançar", incluindo neste âmbito a reposição dos salários
dos funcionários públicos em 2016, a reposição do horário de trabalho de
35 horas, a eliminação da sobretaxa do IRS ou a eliminação das taxas
moderadoras, entre outras.
-
O Partido Ecologista "Os Verdes" inclui nos pontos em que foi possível
chegar a acordo com o PS duas medidas que não constam nos textos de PCP e
BE: "A não privatização do setor da água em alta e o desenvolvimento da
rede ferroviária nacional nomeadamente de passageiros";
- "Os
Verdes" salientam, nos anexos do acordo, as questões apenas levantadas
por este partido e que ficaram consagradas no programa do PS, como a
reversão da fusão das empresas de água, a travagem da expansão do
eucalipto e o apoio às fileiras florestais autóctones, a reavaliação do
Programa Nacional de Barragens e a revisão da Convenção de Albufeira.
* Temos a esperança cautelosa, mas já estavamos fartos da prepotência da direita, das suas aldrabices e da promiscuidade com banca e grandes "empreendedores".
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