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HOJE NO
"OBSERVADOR"
OCDE desconfia de défice
abaixo de 3% este ano
A OCDE piorou a estimativa do défice português para 3% este ano,
considerando que o aumento da despesa acima do previsto e um aumento da
receita abaixo do esperado vão dificultar que o país alcance a meta
inscrita pelo Governo.
“O Governo abrandou o ritmo de consolidação orçamental,
e a despesa acima do orçamentado e um crescimento da receita mais baixo
vão fazer com que seja mais difícil alcançar a meta de um défice de
2,7% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2015″ defendida pelo Governo,
afirma a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico
(OCDE), nas previsões económicas de novembro (‘Economic Outlook’)
divulgadas hoje.
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A ÚLTIMA MARTELADA |
Nesse sentido, a organização liderada por Angel Gurría piorou a
estimativa do défice para este ano em 0,1 pontos percentuais face às
previsões divulgadas em junho: na altura, a OCDE antevia que o défice
orçamental português atingisse 2,9% este ano, agora estima que seja de
3% do PIB.
A OCDE – num relatório preparado pelo departamento de
Estudos Económicos liderado pelo ex-ministro Álvaro Santos Pereira –
defende que “deve ser feito mais para reduzir a despesa pública” e que o
Governo deve fazer uma avaliação do impacto do aumento de impostos dos
últimos anos, defendendo uma carga fiscal que “apoie mais o crescimento
económico, o ambiente e a equidade”.
Quanto aos próximos
anos, a organização continua a estimar que o défice orçamental português
fique nos 2,8% em 2016 e apresenta agora uma primeira estimativa para
2017, antevendo que o défice desça para os 2,6% nesse ano.
O
Governo de Pedro Passos Coelho mantém como meta reduzir o défice para
2,7% este ano. Para os próximos anos, estimou uma redução do défice para
1,8% em 2016 e para 1,1% do PIB em 2017, segundo o Programa de
Estabilidade 2015-2019, apresentado em abril.
A OCDE piorou também ligeiramente a estimativa da dívida pública na ótica de Maastricht, prevendo agora que represente 128,2% do PIB, quando em junho antevia que representasse 127,7% do PIB.
Para
2015, o Governo antecipa uma dívida pública de 125,2% do PIB, de acordo
com a segunda notificação a Bruxelas, estimando depois que desça para
121,5% em 2016 e para 116,6% do PIB em 2017, de acordo com o Programa de
Estabilidade.
A organização sediada em Paris afirma que o rácio da dívida sobre o PIB “continua a um nível desconfortavelmente alto” e que a
previsão de reduções défice modestas, bem como um potencial de
crescimento da economia baixo, “não serão suficientes” para a colocar
“num caminho de descida firme”.
Ainda assim, a OCDE
admite que o saldo primário (excluindo o peso dos juros com a dívida
pública) seja positivo no final deste ano, “quebrando uma longa série de
mais de 20 anos de défices consecutivos”.
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Economia não vai crescer tanto em 2016 e 2017
A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico melhorou
ligeiramente as previsões económicas para Portugal, antecipando um
crescimento de 1,7% em 2015, alertando, no entanto, que nos anos
seguintes o ritmo de crescimento vai abrandar.
No “Economic Outlook”, hoje divulgado, a
OCDE estima que Portugal cresça 1,7% este ano (acima dos 1,5%
projetados em junho) e espera que “o crescimento se enfraqueça a partir
desse pico de 2015”.
Para 2016, a previsão, do relatório
preparado pelo departamento de Estudos Económicos Nacionais liderado
pelo ex-ministro Álvaro Santos Pereira, aponta para um crescimento de 1,6% (contra os 1,8% anteriormente previstos) e, para 2017, aponta os 1,5%.
A
OCDE espera que o ritmo de crescimento de Portugal abrande ao longo do
horizonte da projeção, considerando que “é provável que o pico atual do
investimento perca força assim que os ‘stocks’ de capital forem
recuperados após o declínio de quase 35% entre 2007 e 2014”. Já o
Governo espera que Portugal cresça 1,6% este ano e que acelere o ritmo
de crescimento para os 2% em 2016 e para os 2,4% nos três anos
seguintes.
Quanto ao desemprego, a instituição liderada por Angel
Gurría considera que “o ritmo da recuperação vai permitir mais reduções
da taxa de desemprego, ainda que apenas pequenas [reduções]”, esperando a
OCDE que a taxa de desemprego fique nos 12,3% este ano, caindo para os
11,3% no próximo e para os 10,6% em 2017.
Apesar de afirmar que a
economia portuguesa está a crescer “mais rápido do que a média de
crescimento registada desde que Portugal entrou na zona euro”, a OCDE considera que este crescimento se deve ao reforço da procura interna e externa.
No
entanto, alerta que “o elevado nível de desemprego jovem e de longa
duração continua a limitar o potencial de crescimento” da economia.
* António Costa vai receber este lixo como herança.
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