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"OBSERVADOR"
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Contas do Estado omitiram benefícios
e isenções fiscais de 490 milhões
O Tribunal de Contas volta a alertar para a omissão na conta geral do Estado de despesa fiscal (benefícios e isenções). Em 2013, as borlas fiscais por quantificar valiam 490 milhões de euros.
As contas do Estado continuam a omitir uma parte importante da
despesa fiscal realizada, através de benefícios, isenções ou taxas de
impostos reduzidas. De acordo com o Tribunal de Contas, a despesa fiscal
subavaliada na Conta Geral do Estado de 2013 incide sobretudo nos
impostos pagos pelas empresas: IRC, IVA e imposto de selo.
Uma auditoria divulgada esta sexta-feira conseguiu detetar uma omissão
de 490 milhões de euros na despesa fiscal relativa a esse ano.
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Só
no imposto de selo a despesa fiscal subavaliada foi da ordem dos 370
milhões de euros. Os benefícios e isenções fiscais ao nível do IRC
contabilizados ascenderam a 745 milhões de euros, mas o Tribunal não
conseguiu quantificar neste imposto a despesa fiscal omitida no ano de
2013.
A auditoria considera que a quantificação feita pela Autoridade
Tributária e Aduaneira (AT) não resulta da inventariação completa e
apropriada dos benefícios fiscais por imposto, com a respetiva
justificação económica. A AT, tutelada pelo secretário de Estado dos
Assuntos Fiscais, não regista a receita que deixa de receber por
benefícios fiscais no sistema, tendo ainda sido identificada a falta de
articulação entre o Fisco e a Direção-Geral do Orçamento.
Também os procedimentos de controlo vigentes “são ineficazes
para assegurar a regularidade, correção financeira e adequada relevação
orçamental da despesa fiscal”, quer no Orçamento do Estado, quer na
Conta Geral do Estado.
Esta não é uma situação nova. Na análise à
conta geral do Estado de 2012, o Tribunal já tinha detetado omissões na
despesa fiscal da ordem dos mil milhões de euros. Em 2013, o valor
omitido desce, também porque o montante de despesa fiscal baixa, para o
valor de 1678 milhões de euros.
Na amostra analisada com mais
detalhe pelo Tribunal de Contas, e que incidiu sobre benefícios e
isenções fiscais de 305 milhões de euros, foram ainda detetadas anomalias no montante de 39 milhões de euros.
A
auditoria assinala que “as insuficiências e deficiências detetadas nos
sistemas de informação e controlo da receita cessante por benefícios
fiscais constituem verdadeiras limitações para a quantificação com rigor
e para o exame e formulação de uma opinião de auditoria sobre a despesa
fiscal”. Perante tais limitações, o Tribunal defende a tomada de ações corretivas necessárias para que essa perda de receita fiscal passe a ser revelada no Orçamento do Estado e na conta geral do Estado.
* As omissões propositadas do anterior governo para enganar os eleitores.
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