HOJE NO
"OBSERVADOR"
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85% dos adolescentes portugueses consome sal
acima do recomendado pela OMS
acima do recomendado pela OMS
Um estudo da Universidade do Porto revela que 85% dos adolescentes
avaliados consomem sal em excesso, havendo mesmo quem ingira 22 gramas
de sal por dia através de pizzas, chourição e pastelaria, quando o
recomendado é cinco gramas diárias.
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O estudo, intitulado “Salt
intake by children and adolescents – Contribute for salt reduction
strategy” e que foi publicado recentemente na revista BMC Nutrition, foi
realizado durante dois anos letivos — 2012/2013 e 2013/2014 — a 200
adolescentes entre os 13 e os 17 anos que frequentam escolas públicas no
distrito de Braga, revela que a média de consumo de sal dos jovens é de
8,5 gramas por dia”.
“O consumo é excessivo, considerando a recomendação de ingestão
da OMS de cinco gramas por dia”, alerta Carla Gonçalves, investigadora
principal do estudo, adiantando que o máximo de sal encontrado foi de 22
gramas numa rapariga de 14 anos.
Um valor de ingestão de sal
“claramente acima da recomendação e excessivo”, observa a nutricionista e
especialista em Ciências do Consumo, referindo que as principais fontes
alimentares desse dia da menina de 14 anos foram produtos “altamente
processados, como pizza, chourição, queijo, pão e pastelaria”.
Segundo
Carla Gonçalves a “principal preocupação” sobre este alto valor de sal
na adolescente de 14 anos e na generalidade dos adolescentes avaliados é
que não têm consciência que ingerirem sal acima do recomendado pela
OMS, chegando por vezes a duplicar ou triplicar os valores aceites
mundialmente.
“Ela [a menina de 14 anos que ingeriu 22 gramas de
sal/dia] não irá fazer um esforço para reduzir, porque não tem
consciência de que ingere muito sal e também é preocupante, porque em
parte, ela não tem poder para reduzir aquele alto consumo, porque é
realizado através de produtos altamente processados pela indústria
alimentar e através de produtos fornecidos pela restauração”.
A
amostra para o estudo realizado com a colaboração da Organização Mundial
de Saúde (OMS) e Direção-Geral da Saúde, contou com a urina de 24 horas
de 200 indivíduos – 118 raparigas e 82 rapazes -, um número recomendado
pela OMS e que é considerada uma “amostra razoável” para se tirarem
conclusões sobre o excesso de consumo de sal nos adolescentes
portugueses, explicou à Lusa a investigadora principal do estudo que faz
parte da sua tese de doutoramento apresentada até ao final deste ano.
Para
além de informar que mais de quatro em cada cinco adolescentes
avaliados consome sal a mais, o estudo realizado por uma equipa de
investigadores da Faculdade de Ciências da Nutrição Alimentação da
Universidade do Porto da Faculdade de Ciências da Nutrição Alimentação
Universidade do Porto também conclui que “os rapazes ingerem mais do que
as raparigas”, diz Carla Gonçalves.
A investigadora conta que
fontes alimentares do sal ingerido pelos adolescentes estudados são o
grupo dos cereais, em especial do pão, e o grupo da carne, como as
salsichas, hambúrgueres, são os principais contribuidores.
“Este
estudo é importante, porque as doenças cardiovasculares são a principal
causa de mortalidade em Portugal, a par do cancro, e a ingestão
excessiva de sal é a causa dos dois, pois está relacionada com o
desenvolvimento de hipertensão arterial e com alguns tipos de cancro,
como o do estômago”, explica.
Em declarações à Lusa, Pedro
Moreira, professor e diretor da Faculdade de Ciências da Nutrição e
Alimentação da Universidade do Porto disse que estes dados são
“preocupantes”, visto que os mais recentes resultados mostram também que
um “panorama de consumo excessivo em crianças”.
Um estudo
conhecido em maio passado sobre hábitos alimentares das crianças
portuguesas, e que a Lusa noticiou na altura, indicava que 93% das
crianças ingere sal a mais do que é recomendado pela OMS e que 54%
ingere sal acima do máximo tolerável, tendo apenas 8% das crianças
ingerido as quantidades de potássio (legumes e fruta) necessárias.
* Este estudo revela que os "papás" destes jovens são convenientemente despreocupados e para além das barbaridades alimentares são "benevolentes" no consumo de álcool. Raios os partam.
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