14/10/2015

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HOJE NO
"DIÁRIO ECONÓMICO"

Portugueses são dos europeus 
menos satisfeitos com a vida

Ganhamos menos. Trabalhamos mais tempo. E temos maior risco de despedimento. O relatório "Como está a vida em Portugal em 2015?" da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) acaba de revelar que a qualidade de vida em Portugal está a decrescer.

Portugal é mesmo dos países da OCDE onde o bem-estar mais retrocedeu. O facto de as pessoas estarem mais insatisfeitas, segundo o relatório, tem a ver com questões relacionadas com o equilíbrio profissional e pessoal.
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Os dados referem-se aos anos entre 2009 e 2015, e revelam que os portugueses desinteressaram-se da política e vão menos às urnas, aumentou a percentagem de população que trabalha mais de 50 horas por semana, o rendimento disponível das famílias per capita baixou, os rendimentos são inferiores à média da OCDE e o risco de desemprego é maior.

"Os países mais afectados pela crise (Grécia, Portugal, Itália e Espanha) sofreram as quebra mais graves em vários indicadores de bem-estar desde 2009." Em Portugal, por exemplo, "o rendimento médio disponível das famílias baixou 8,9% entre 2009 e 2014 e encontra-se bem abaixo da média da OCDE" e "há um risco acima da média de ficar desempregado, sendo o desemprego de longa duração de 8,3%, bastante acima dos 2,6%" nos países da organização.

Portugal, segundo a OCDE, tem enfrentado "sérios desafios às condições materiais que influenciam a qualidade de vida dos seus cidadãos" e não será por acaso que somos o segundo país desenvolvido onde os cidadãos revelam uma mais baixa satisfação com a vida, ficando apenas atrás dos gregos.
Também o bem-estar das crianças foi analisado, apresentando Portugal resultados baixos. As dificuldades económicas contribuem para que 15,1% das crianças portuguesas viva em agregados familiares onde pelo menos um dos pais está há muito tempo desempregado. É a segunda taxa mais elevada da OCDE.

Outra área onde os portugueses ficam mal na fotografia da OCDE é no voluntariado, com poucos a participar em actividades cívicas.

No balanço do que melhorou e piorou desde 2009, há aspectos positivos, e onde Portugal se sai bastante bem. Sendo um dos países com melhores resultados na educação. Nos últimos anos aumentou o número de estudantes que termina o ensino secundário, sendo que 79,2% refere que está satisfeito com os seus colegas, considerando-os simpáticos e prestáveis - uma taxa bastante elevada em comparação com a dos restantes países.

* "Ganhamos menos. Trabalhamos mais tempo. E temos maior risco de despedimento." Isto é consequência do "esforço" da maior parte dos empresários deste país que só sobrevivem a mamar na teta do Estado seja de que maneira for. Claro que o governo da coligação foi fortemente conivente.


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