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Senso d'hoje
Senso d'hoje
HELENA ROSETA
DEPUTADA PELO PS
SOBRE A CONJUNTURA POLÍTICA
* Excertos de clarificadora entrevista ao "i" com a seriedade que se lhe reconhece.
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DEPUTADA PELO PS
SOBRE A CONJUNTURA POLÍTICA
“Acabou o tabu de que os partidos à esquerda não se podem entender”
Há muitos anos que não havia no PS um secretário-geral com as
características do António Costa, capaz de fazer pontes, nomeadamente à
esquerda. À direita, muitos fizeram.
É um hábil negociador e um homem bastante desprendido. E, portanto, estas características são, neste momento histórico, a coisa mais importante. Por isso é que me bato para que confiem no António Costa, na sua capacidade. Foram muito importantes as diligências que já fez. Rápidas. Foi falar com o Partido Comunista, irá falar com o Bloco de Esquerda, vamos ver o que consegue. Mesmo que daí não resulte de imediato um governo de esquerda, porque admito que seja muito difícil construir uma solução de governo assim do pé para a mão, resultarão convergências que vão condicionar qualquer governo nos próximos anos. Vão obrigar a corrigir as políticas e virá-las um bocadinho mais para as aspirações da esquerda e um bocadinho menos naquela ortodoxia, sempre, de que a Europa manda e nós temos de cumprir. Isso vai ser o resultado de a sabedoria popular ter votado assim. Vamos ter de corrigir as políticas. Queira a Europa ou não.
É um hábil negociador e um homem bastante desprendido. E, portanto, estas características são, neste momento histórico, a coisa mais importante. Por isso é que me bato para que confiem no António Costa, na sua capacidade. Foram muito importantes as diligências que já fez. Rápidas. Foi falar com o Partido Comunista, irá falar com o Bloco de Esquerda, vamos ver o que consegue. Mesmo que daí não resulte de imediato um governo de esquerda, porque admito que seja muito difícil construir uma solução de governo assim do pé para a mão, resultarão convergências que vão condicionar qualquer governo nos próximos anos. Vão obrigar a corrigir as políticas e virá-las um bocadinho mais para as aspirações da esquerda e um bocadinho menos naquela ortodoxia, sempre, de que a Europa manda e nós temos de cumprir. Isso vai ser o resultado de a sabedoria popular ter votado assim. Vamos ter de corrigir as políticas. Queira a Europa ou não.
RUPTURAS NA VIDA POLÍTICA
Há duas rupturas importantes na minha vida política. Uma nos finais de
1985 e princípios de 1986, com o PPD, era então presidente da Câmara de
Cascais, por causa da campanha presidencial de Mário Soares. Entendi que
não devia apoiar Freitas do Amaral e fui apoiar Mário Soares. Mas saí
do partido, entreguei o cartão. Já estava muito incomodada com o caminho
que as coisas estavam a levar, nomeadamente com a liderança de Cavaco
Silva, que tinha inicialmente apoiado. Foi o maior erro da minha vida,
em 1985, depois da morte de Sá Carneiro, ter apoiado Cavaco Silva. Mas
em 1985, quando ele ganhou o congresso da Figueira da Foz, entendi que
não era por ali que queria ir. Essa é uma ruptura frontal. Cavaco Silva
vem depois a ter maiorias absolutas e não me dou bem com pessoas que
entendem maiorias absolutas como única forma de trabalhar.
CATARINA MARTINS
A Catarina, para além das suas qualidades e defeitos, como todos,
representou uma coisa fresca na democracia portuguesa. Precisamos de
mais! A frescura não é só a idade e a cara, a frescura são as ideias. É
preciso refrescar a democracia. Há partes da democracia e dos políticos
que estão cansados, com demasiadas rugas na cabeça. Precisamos de arejar
isto. Tem de passar por aqui uma grande corrente de ar e acho que vai
passar.
* Excertos de clarificadora entrevista ao "i" com a seriedade que se lhe reconhece.
** É nossa intenção, quando editamos pequenos excertos de entrevistas, suscitar a
curiosidade de quem os leu de modo a procurar o site do orgão de
comunicação social, onde poderá ler ou ver a entrevista por inteiro.
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