HOJE NO
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CGD aprova crédito de 11,5 milhões
a fundação que não existe
Ministério Público está a investigar gestão do presidente do Sindicato dos Quadros e Técnicos Bancários.
A história remonta a 2009, quando a Fundação Social
do Quadro Bancário (FSQB), pertencente ao Sindicato dos Quadros e
Técnicos Bancários, foi considerada nula pela justiça portuguesa. Corria
o dia 6 de Julho. A 9 de Julho, no entanto, esta fundação requereu
junto do Ministério do Trabalho e da Solidariedade Social uma alteração
de estatutos, que foi primeiramente confirmada e depois anulada, assim
que o ministério se apercebeu de que a fundação já não deveria existir,
lê-se num documento da Direcção-Geral da Segurança Social a que o i teve
acesso.
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A 25 de Março de 2010, a FSQB pediu – e obteve – junto da Caixa Geral de
Depósitos um empréstimo no valor de 11,5 milhões de euros para
financiar vários projectos seus. Numa carta datada do dia 12 de Janeiro
de 2015, a Caixa Geral de Depósitos diz que foi “surpreendida com a
informação” de que a constituição da FSQB foi considerada nula e que,
nesse sentido, o crédito não devia nunca ter sido concedido, e pede ao
sindicato que se pronuncie, uma vez que é a entidade “garante do
cumprimento das obrigações assumidas pela Fundação Social do Quadro
Bancário” junto do banco.
Mas não é tudo. Nas contas do Sindicato dos Quadros e Técnicos Bancários
(SQTB) continuam a constar salários de funcionários que estariam
alocados à fundação – que nunca abriu portas – e que actualmente recebem
através do SQTB. Estas e outras operações terão sido autorizadas pelo
presidente do sindicato, Afonso Diz, sem aprovação do conselho fiscal, o
que não é possível segundo os estatutos do sindicato. Uma dessas
operações consiste na transferência de património entre a não existente
FSQB e a Fundação Social Bancária, esta sim no activo. Por outras
palavras, o conselho geral aprovou que o passivo da FSQB passasse para o
Sindicato dos Quadros e Técnicos Bancários. Em Março deste ano, o
passivo da FSQB já chegava aos 5,3 milhões de euros e estava inscrito
nos balancetes do sindicato, a que o i teve acesso.
A Afonso Diz já chegaram entretanto várias cartas registadas com aviso
de recepção, enviadas por diversos membros dos órgãos sociais do SQTB, a
contestar algumas decisões e a pedir a convocação de um novo conselho
geral para revogar, nomeadamente, a transferência de activos entre as
fundações. Uma delas, a que o i teve acesso, avisa mesmo o presidente da
instituição de que, se não ouvir os pedidos dos sócios, há a “intenção
de dar publicidade à presente troca de correspondência”.
O DIAP confirmou ao i que está a decorrer um inquérito à gestão do
sindicato e que esta se encontra em fase de investigação. Já no início
de Julho, a RTP noticiava que a actual gestão teria feito aplicações de
alto risco no antigo BES e na Rioforte que terão provocado perdas de
vários milhões aos 17 mil associados do sindicato. Segundo a RTP, Afonso
Diz é suspeito de ter desviado cerca de 38 milhões de euros dos cofres
do sindicato.
Família e viagens O que é certo também é que o presidente do
sindicato não se coíbe de contratar familiares para funções dentro da
instituição, como é o caso da mulher, Sandra Pires Diz. Mas a folha de
funcionários revela ainda que trabalha no sindicato um dos irmãos de
Sandra Diz, bem como três dos seus primos e uma cunhada.
Nas despesas do sindicato têm também entrado, segundo documentos a que o
i teve acesso, várias viagens, alojamento e ajudas de custo de Afonso
Diz e da mulher. Uma delas, uma viagem de uma noite a Bruxelas, onde o
presidente do sindicato terá ido por questões de trabalho, em 2013,
custou ao SQTB 1821 euros em viagens e alojamento para o casal.
Todas estas questões têm sido comunicadas ao Ministério Público desde
Julho do ano passado. Actualmente estão a decorrer investigações a oito
queixas relacionadas com todas estas questões, no âmbito das quais já
foram ouvidas diversas testemunhas, contou ao i fonte próxima do
processo.
Uma vez que a administração de Afonso Diz está no final do mandato,
deverá haver eleições ainda antes do final do ano. Fontes conhecedoras
do processo afirmam ao i que o actual presidente pretende candidatar-se e
permanecer à frente dos destinos da instituição.
* Banqueiros são quase todos iguais, e bancários????
Um vulgar cidadão precisa de um empréstimo e até a cor das cuecas lhe pedem como garantia....
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