HOJE NO
"JORNAL DE NOTÍCIAS"
"JORNAL DE NOTÍCIAS"
Cavaco diz que sabe "muito bem"
o que fazer no pós-eleições
"Quanto
ao dia 5, eu estou com muita tranquilidade, sei muito bem aquilo que
irei fazer e todos sabem que eu sou totalmente insensível a quaisquer
pressões, venham elas de onde vierem. Decidirei nos termos dos meus
poderes constitucionais e colocando sempre em primeiro lugar o superior
interesse nacional", afirmou o chefe de Estado, Aníbal Cavaco Silva, em
declarações aos jornalistas em Nova Iorque.
.
.
Cavaco Silva escusou-se, contudo, a
revelar a forma como irá decidir, apesar de afirmar já ter uma solução
pensada: "a forma como irei decidir, embora já esteja na minha cabeça,
eu não irei revelar nem um centímetro".
"Não quero avançar
absolutamente mais nada, segui o princípio de nunca fazer nenhuma
afirmação que pudesse ser entendida como interferência na campanha
eleitoral", sublinhou o presidente da República, que termina esta
quarta-feira uma visita a Nova Iorque, onde se deslocou no âmbito da
abertura da 70.ª sessão da Assembleia-Geral das Nações Unidas.
Reiterando
que a campanha eleitoral está a decorrer com "uma razoável normalidade"
e que parece ter sido "mais esclarecedora" e sem "níveis de ataque
pessoal" como no passado, Cavaco Silva pediu que se deixe os partidos
terminarem este período com "o mesmo espírito esclarecedor com que
chegaram até aqui".
Cavaco Silva fez ainda referência a notícias
que saíram sobre o que pensava do pós-eleições, mas assegurou que nem
ele, nem nenhum elemento do seu gabinete fez declarações sobre a
campanha eleitoral além do "pedido elementar" para que todos se empenhem
no esclarecimento e no respeito pelo eleitorado.
"Aguardo, de
facto, com toda a tranquilidade e serenidade o conhecimento dos
resultados que irei acompanhar - como percebem - com muita, muita
atenção", disse.
Questionado sobre se o número de mandatos que os
partidos alcançarem será um fator determinante na sua decisão, o chefe
de Estado insistiu na recusa em fazer qualquer afirmação sobre o
pós-eleição, argumentando que "poderia ser interpretado como tentando
condicionar aqui ou acolá".
"Irei ainda falar ao povo português no
sábado, será aquilo que é hábito da parte do presidente da República, o
apelo a que todos vão votar. Isso é o mais importante, que todos vão
votar em consciência", acrescentou, insistindo que "agora ainda é o
tempo dos partidos" e que "não é ainda o tempo do Presidente da
República".
Relativamente à abstenção, o chefe de Estado disse ter
esperança que os habituais níveis elevados possam reduzir-se, aludindo
às recentes eleições na Catalunha, onde a taxa de participação foi muito
elevada, porque os eleitores consideraram que estava em causa algo
muito importante para o futuro da Espanha e da região.
"Eu
desejava isso, que os portugueses considerassem que esta decisão do
próximo dia 4 também é algo muito importante para o futuro do país. É
uma decisão dos portugueses e eu espero que eles não deixem de encontrar
lá um espaçozinho nas suas atividades do dia 4 para dirigirem-se às
secções de voto", sustentou.
* Se está tranquilo no dia 5 nós estaremos inquietos, dia 5 de Outubro, data da Implantação da República, de que o PR é a figura de topo, não é celebrado com a dignidade que a história lhe confere.
.
Sem comentários:
Enviar um comentário