HOJE NO
"i"
UE.
Um quarto da população vive
em risco de pobreza
A Europa está a registar níveis “inaceitáveis” de desigualdade em 2015.
Um quarto da população da União Europeia (UE) está a
viver em risco de pobreza e de exclusão social, indicou esta
quarta-feira um estudo da organização não-governamental Oxfam.
.
Segundo os dados do estudo intitulado “Europa para a maioria, não
para as elites”, hoje apresentado em Madrid, um total de 123 milhões de
pessoas no espaço comunitário vive atualmente em risco de pobreza,
enquanto outros 342 cidadãos europeus são considerados como bilionários.
O estudo da Oxfam qualificou os atuais níveis de desigualdade na UE como uma “injustiça inaceitável”.
“O diagnóstico da Oxfam está correto: os níveis de pobreza e de
desigualdade na Europa, agravados pela crise económica e pelas medidas
de austeridades, são inaceitáveis. É hora de se adotarem medidas à
escala europeia com o objetivo de promover a recuperação do investimento
e do emprego, bem como para cicatrizar as feridas abertas pela perda em
massa de postos de trabalho, pela redução dos salários reais e pelos
cortes nos serviços públicos, especialmente em países como a Grécia,
Espanha e Portugal, mas também em toda a Europa”, escreveu Stephany
Griffith-Jones, conceituada especialista da universidade norte-americana
de Columbia, no preâmbulo do relatório.
.
Em 2013, cerca de 50 milhões de pessoas na UE não conseguiam
satisfazer as suas necessidades materiais básicas, o que representou na
altura um aumento de 7,5 milhões de pessoas em relação aos valores de
2009. Este cenário atingia então 19 dos 28 Estados-membros, incluindo
Portugal, Espanha, Grécia, Irlanda e Itália.
Nesse mesmo período, o número de bilionários aumentou de 145 para
222, e continuou a cresceu até hoje para os 342. Cerca de 85% dos
bilionários do espaço comunitário são homens com mais de 60 anos.
Além disso, entre 2010 e 2013, o setor dos bens de luxo na Europa registou um aumento de 28%.
O grau de desigualdade económica e de concentração de receitas variam
consoante o país, mas a Bulgária e a Grécia registam os piores
resultados em quase todos os indicadores analisados para determinar o
risco de pobreza.
.
A Grécia apresenta uma das diferenças mais amplas entre as receitas
das classes mais ricas e das classes mais pobres, bem como regista uma
elevada taxa de desemprego. O Reino Unido tem o nível mais elevado de
desigualdade salarial.
Em contraste, os países mais igualitários da UE são a Eslováquia, Malta, República Checa e a Eslovénia.
Os valores mais altos de pobreza na população ativa verificam-se na
Roménia e na Grécia, mas estão a aumentar em outros países, nomeadamente
na Alemanha.
A diferença salarial por género também continua a ser uma realidade
na Europa e são as mulheres na Alemanha, Áustria e República Checa
aquelas que sofrem alguns dos valores mais altos de disparidade salarial
face aos trabalhadores do sexo masculino.
.
O documento denunciou ainda a “excessiva influência” que exercem as
grandes empresas, as grandes fortunas e alguns grupos de interesse no
seio da UE.
Em 2014, 82% dos participantes dos grupos de peritos em matéria
fiscal da Comissão Europeia representavam interesses privados ou
comerciais, segundo a Oxfam.
* Estes são os números da vergonha que devemos "escarrapachar" na cara dos políticos.
.
Sem comentários:
Enviar um comentário