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HOJE NO
"DIÁRIO ECONÓMICO"
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Mudanças nos cargos de topo em Bruxelas
. geram desconforto nas capitais
. geram desconforto nas capitais
A Comissão Europeia já avançou com a remodelação dos cargos de topo em
Bruxelas, que estava a ser afinada desde o início do ano. As novas caras
estão a causar desconforto em alguns países, como Espanha, que torceu o
nariz ao facto de o novo secretário-geral ser holandês.
A dança
de cadeiras nos cargos de topo é habitual sempre que muda a presidência
da Comissão e Juncker colocou o processo em marcha no início de Março,
mas só desde terça-feira é que os comissários europeus têm novos
directores para as suas equipas.
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A maior novidade começa na
secretaria-geral, o assento que tem maior poder político e financeiro.
Uma das mais conhecidas caras nos bastidores de Bruxelas, a irlandesa
Catherine Day, está de saída ao fim de dez anos no cargo e foi
substituída pelo holandês Alexander Italianer, que até aqui estava à
frente da direcção-geral da Concorrência. Italianer era também
vice-secretário responsável pelas relações com o Conselho e chegou a
trabalhar no gabinete da presidência durante o mandato do luxemburguês
Jacques Santer, entre 1995 e 1999.
A escolha de holandês não
caiu bem juntos dos espanhóis, que continuam sem agarrar nenhum cargo de
relevo e vêem a brigada holandesa aumentar. O holandês Frans
Timmermans, por exemplo, já é o primeiro vice-presidente da Comissão e o
que tem, de longe, maior poder de veto num sem número de áreas. Além
disso, o presidente do Eurogrupo, o holandês Jeroen Dijsselbloem, foi
reconduzido no cargo em Julho, ultrapassando o espanhol Luís De Guindos.
O
burburinho em Bruxelas com a dança de cadeiras já dura há alguns meses,
desde que Juncker mudou as regras do jogo. O presidente ignorou a lei
da mobilidade, criada nos tempos de Romano Prodi, segundo a qual os
directores-gerais devem mudar de área, idealmente, a cada cinco anos - e
no máximo a cada sete. Defendendo que não há razões para forçar
mudanças baseadas apenas na longevidade, Juncker pediu a cada comissário
para apresentar uma lista com três nomes para chefiar as
direcções-gerais sob a sua tutela. Numa segunda fase, reuniu-se com os
vice-presidentes, para analisar as listas. Quase todos os
vice-presidentes são responsáveis por mais do que um comissário e muitos
deles partilham direcções-gerais, motivando algumas guerras internas na
escolha pelas pessoas da sua confiança.
Portugal mantém dois
directores-gerais: Fernando Frutuoso de Melo, que continua à frente da
Cooperação Internacional e Desenvolvimento; e João Aguiar Machado, que
deixa a Mobilidade e Transportes para assumir a pasta dos Assuntos
Marítimos.
O novo organograma coloca mais duas mulheres em cargos de
topo, aumentando o total para sete. Juncker já disse que o número ainda
não é satisfatório, pelo que as três posições ainda em aberto -
Justiça, Informática e Publicação - devem ser atribuídas a mulheres.
* Da comissão europeia vêem os piores exemplos de tráfico de influências.
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