HOJE NO
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Caravana Aylan Kurdi quase
de partida com 50 toneladas
de bens para os refugiados
A Caravana Aylan Kurdi está quase de partida e leva roupa, alimentos, brinquedos ou medicamentos.
São cerca de 50 toneladas de bens que se preparam para sair de Portugal para os refugiados que estão na Croácia e na Sérvia.
O prazo para a entrega de bens termina hoje e o foco agora está na
entrega e em garantir que os bens doados pelos portugueses, de norte a
sul do país, chegam a quem mais precisa.
“O nosso compromisso é fazer chegar a quem precisa. As pessoas doaram
para aliviar o sofrimento dos refugiados e é esse o nosso objectivo,
fazer chegar aos refugiados, onde eles estiverem”, disse à Lusa um dos
membros da organização deste movimento da sociedade civil.
De acordo com Maria Miguel Ferreira, a caravana leva sobretudo
conservas de produtos não perecíveis e que não necessitam de ser
cozinhados ou medicamentos de venda livre, porque há cada vez mais
doenças a propagarem-se nos campos de refugiados.
“Estamos a levar brinquedos ou não fosse esta também uma missão de
homenagem a Aylan Kurdi, a criança cuja morte fez espoletar um bocadinho
a consciência das pessoas em relação a esta crise”, diz a responsável,
acrescentando que vão também levar roupa, principalmente impermeável e
calçado confortável para caminhada, e sacos-cama e colchonetes.
No total, são, para já, cerca de 50 toneladas de bens que vão ser
distribuídos em dois camiões TIR. Um número que poderá rapidamente
aumentar, estando a partida prevista para sábado.
Maria Miguel Ferreira explicou que o plano inicial era o de ir
entregar os bens aos refugiados que estão nas fronteiras da Hungria, mas
entretanto a situação alterou-se.
“A situação na Hungria já não consegue acomodar nem mais refugiados
nem mais ajuda, as fronteiras fecharam, há uma lei que criminaliza o
tipo de iniciativa que nós queremos fazer, sobretudo se não estivermos
bem articulados com ONG [Organizações não Governamentais] ”, adiantou.
Por causa disso, e porque as rotas das pessoas refugiadas estão a
redesenhar-se hora a hora, a caravana portuguesa deverá ir para a Sérvia
e para a Croácia, países onde está actualmente a maior concentração de
refugiados.
Já contactaram entretanto com ONG locais, sobretudo com a Cruz
Vermelha da Sérvia, que é apontada como aquela que está mais bem
preparada para receber e distribuir junto de quem mais precisa, e a
responsável garantiu que irão acompanhar a par e passo todo o processo.
“Iremos sempre certificar-nos a quem são entregues e que são
entregues aos refugiados e às pessoas para quem foram recolhidas. Irá
sempre alguém, não sei se duas, cinco, dez, isso depende muito da
tipologia de ONG e da organização com quem nos articularmos no local”,
adiantou.
Para além das entregas de bens nos pontos de recolha, a organização
criou uma conta para receber donativos e que tinha recebido já mais de
dois mil euros, dinheiro necessário para pagar o combustível dos camiões
ou as portagens, por exemplo, mas também para comprar bens no local,
como água, que fica mais barata do que transportada.
A trabalhar avidamente para que tudo isto se concretize estão cerca
de 150 voluntários para além de 10 pessoas responsáveis pela organização
da iniciativa, espalhados pelos 30 locais de recolha e as duas sedes em
Lisboa, que contam igualmente com os donativos entregues por 30
empresas.
Uma iniciativa que, tal como explicou Maria Miguel Ferreira, começou
no sábado passado, entre um conjunto de pessoas que não conseguiu ficar
indiferente perante a tragédia humanitária que acontece às portas da
Europa e afecta milhares de refugiados.
* PORTUGUESES MARAVILHOSOS!!!
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