ESTA SEMANA NO
"DINHEIRO VIVO"
"DINHEIRO VIVO"
O segredo do sucesso
Sony vende 100 mil PlayStation 4
em Portugal
Entre os milhares de portugueses que criaram canais de YouTube, o
mais popular é Miguel Campos, mais conhecido por Fer0m0nas, com 2,6
milhões de subscritores. Não faz comédia, não canta nem dança, não
cozinha em frente às câmaras nem mostra como fazer abdominais: o que ele
faz é jogar.
A influência de Fer0m0nas e as suas maratonas de
Minecraft mostra que, ao contrário do que muita gente ainda pensa, os
videojogos não são um nicho reservado a uma faixa específica da
sociedade. De todo, e pelo contrário: representarão este ano um maior
volume de receitas que a indústria do cinema, um marco histórico que
demonstra a importância social desta forma de entretenimento.
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Em
Portugal, a venda de jogos e consolas sofreu bastante com a crise,
atingindo quebras anuais na ordem dos 30%. É por isso que a Sony está
orgulhosa dos seus números: vendeu 100 mil PlayStation 4 desde o
lançamento, em novembro de 2013, e conta vender mais 80 mil até ao final
deste ano. São números exclusivos fornecidos ao Dinheiro Vivo por James
Armstrong, vice-presidente sénior da Sony Computer Entertainment para o
sul da Europa e responsável máximo pelo mercado português.
"Estamos
na liderança mundial, com um rácio de três para um e 22 milhões de
unidades vendidas", indicou o responsável, em entrevista na feira de
videojogos Electronic Entertainment Expo (E3), que decorreu em Los
Angeles. "Em Portugal vamos à frente com um rácio de 12 para 1. Vendemos
já mais de 100 mil unidades, o que é muito razoável para um país
pequeno, e estamos muito satisfeitos com isso."
É um facto que a
Sony manteve preponderância em Portugal mesmo quando a Nintendo arrasava
as tabelas de vendas com a Wii original por todo o lado, mas a
PlayStation 4 permitiu-lhes tomar uma dianteira enorme face à
concorrência. Porque é que existe uma diferença tão grande? "A marca é
muito importante. O facto de que os consumidores portugueses gostam de
nós e confiam em nós mais que na concorrência", explica James Armstrong.
Outro ponto importante é a idade dos jogadores. "Os portugueses gostam
dos mesmos jogos que noutros países. A grande diferença entre o
consumidor português e um do norte da Europa é que o português é mais
novo", revela Armstrong. "Em Portugal, os consumidores mais novos de 10
anos compram uma PlayStation 4, enquanto isso acontece menos em
Inglaterra ou no norte da Europa. Portugal é um mercado diferente." Isto
quer dizer que, em mercados como o Reino Unido, os jogadores mais novos
irão inclinar-se mais para a Wii U, que aposta nos jogos casuais, nos
lendários Super Mario Bros e Zelda e em exercício físico. "Tem impacto
no tipo de jogos que compram, temos vendido muito bem jogos para uma
audiência mais jovem em Portugal e mais dificuldade em vender esses
títulos noutros países. Temos uma população mais jovem porque a Nintendo
teve menos sucesso em Portugal que noutros territórios."
Pelo
lado da Nintendo, que se adiantou na nova geração com a Wii U em
novembro de 2012, o responsável português Nélson Calvinho confirma. "A
Wii U é segunda classificada. A PlayStation 4 vai muito, muito à frente,
não há que omitir isso", diz ao Dinheiro Vivo, também na E3.
Já a
Microsoft não levou a Los Angeles ninguém da equipa portuguesa
responsável pela Xbox One, mas o novo diretor executivo de grande
consumo da subsidiária, André Cardoso, disse que foi "uma E3 muito
positiva para a Xbox", em especial pela apresentação de novos jogos
exclusivos, como o Halo 5: Guardians e o Fallout 4. Mais positiva ainda
foi para o estúdio português GS78, que viu o seu jogo "Hush - Into the
Darkness" ser escolhido pela Microsoft como um dos indies a mostrar na
conferência. O publisher do jogo de terror com desenhos animados é
Eduardo Monteiro, fundador do também português TheGameWall Studios, que
conseguiu financiar o seu primeiro jogo ApocalipZ através da rede social
portuguesa WePinch. "O Hush tem todos os ingredientes para colocar o
desenvolvimento de jogos made in Portugal no mapa internacional", elogia
Eduardo Monteiro. O jogo terá seis episódios e só o primeiro irá custar
150 mil euros, com lançamento para PC, através da plataforma Steam, já
no final deste mês.
* Não há dinheiro???
.
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