ESTA SEMANA NO
"DINHEIRO VIVO"
"DINHEIRO VIVO"
Portugal tem mais 200 mil pessoas
em risco de pobreza desde 2010
Quatro anos depois do início do resgate financeiro, a economia
portuguesa voltou a crescer, mas há mais 210 mil pessoas em risco de
pobreza e exclusão social do que em 2010, sendo esta uma das críticas da
'troika' ao Governo.
.
No ano passado, uma em cada quatro
pessoas residentes em Portugal vivia em risco de pobreza ou exclusão
social, segundo números ainda preliminares do Instituto Nacional de
Estatística (INE), que revelam uma deterioração das condições de vida
desde 2011.
Entre 2010 e 2014, ficaram em risco de pobreza ou
exclusão social mais de 200 mil pessoas, uma vez que este indicador
passou dos 24,4% da população residente em 2011 para 27,5% em 2013,
estimando o INE que esta proporção se tenha mantido no ano passado.
Na
próxima segunda-feira faz quatro anos desde que a 06 de abril de 2011, o
então ministro das Finanças, Fernando Teixeira dos Santos, reconheceu
ao Jornal de Negócios que Portugal precisava de ajuda externa. Horas
mais tarde, foi o então primeiro-ministro, José Sócrates, que falava ao
país para confirmar o que já se esperava: "O Governo decidiu hoje mesmo
dirigir à Comissão Europeia um pedido de assistência financeira por
forma a garantir as condições de financiamento do nosso país, ao nosso
sistema financeiro e à nossa economia".
.
O Programa de Assistência
Económica e Financeira (PAEF) viria a ser assinado em maio de 2011 e
concluído em junho de 2014, tendo o Governo dispensado a última
'tranche' do empréstimo, o que quer dizer que não chegou a haver uma
conclusão formal da última avaliação.
Ainda assim, o programa foi
concluído, embora o fim do resgate não tenha afastado os credores
internacionais, que vão continuar a realizar visitas regulares a
Portugal até que o Estado devolva a maioria dos empréstimos recebidos.
Tanto
o Fundo Monetário Internacional (FMI) como a Comissão Europeia
continuam a produzir relatórios sobre a economia portuguesa e ambas as
instituições insistem que há muito por fazer, não só no combate à
pobreza, mas também na reforma do Estado e na educação e formação
profissional.
.
Concluído o programa, Bruxelas criticou precisamente
a forma como Portugal lidou com a pobreza nas recomendações específicas
a Portugal, conhecidas em fevereiro, referindo que o Governo "não foi
capaz de lidar" com o aumento da pobreza nos últimos anos, sublinhando
que medidas como o corte nos apoios sociais "tiveram um impacto negativo
no rendimento disponível" afetando "desproporcionalmente os mais
pobres" e "as crianças com menos de 10 anos".
.
Outra crítica que os
credores internacionais têm feito prende-se com a reforma do Estado: o
FMI escreveu, num relatório divulgado em março, que é preciso "rever as
reformas" que não tiveram os resultados esperados e que pode ser preciso
"reexaminar algumas reformas do setor público".
Em março, o FMI
pediu mesmo "maior rigor" aos decisores políticos para combater as
restrições à competitividade e ao investimento, destacando que "o
desafio para os decisores políticos é consolidar" as reformas já
realizadas.
Também Bruxelas exigiu mais reformas estruturais para
melhorar a competitividade da economia, nomeadamente nos setores da
habitação e dos transportes, bem como no combate à corrupção.
Na
saúde, dados do Governo indicam que das 45 medidas previstas no
memorando de entendimento, foram adotadas 31, estando 12 em curso e duas
por aplicar: o valor a atingir com taxas moderadoras (que ficou aquém
do esperado) e a não acumulação de dívidas vencidas (que também não se
cumpriu).
Quanto ao mercado de trabalho, a Comissão refere que há
um risco de a taxa de desemprego estabilizar em níveis muito elevados,
tendo em conta o baixo crescimento económico e o aumento da discrepância
entre as competências dos trabalhadores e as procuradas pelas empresas.
Bruxelas
diz mesmo que a correspondência entre a oferta e a procura de trabalho
se tornou "menos eficiente durante a crise", uma vez que tanto o
desemprego como as vagas de trabalho aumentaram.
Em 2014, a
economia voltou a crescer (0,9%) e o défice caiu (para os 4,5%), mas o
desemprego continua acima do nível em que estava antes da crise (13,9%
no final do ano passado) e a dívida continua a subir (ultrapassou os
130% do PIB em 2014).
Para 2015, o Governo prevê que esta
trajetória de melhoria do desempenho da economia se acentue: o PIB
deverá 1,5%, o défice deverá cair para os 2,7%, o desemprego para os
13,4% e a dívida pública para os 125,4%, estimativas que estão próximas
das dos credores internacionais à exceção da previsão para o défice, uma
vez que tanto o Fundo Monetário Internacional (FMI) como a Comissão
Europeia esperam que seja de 3,2% este ano.
No ano passado, uma em
cada quatro pessoas residentes em Portugal vivia em risco de pobreza ou
exclusão social, segundo números ainda preliminares do Instituto
Nacional de Estatística (INE), que revelam uma deterioração das
condições de vida desde 2011.
Entre 2010 e 2014, ficaram em risco
de pobreza ou exclusão social mais de 200 mil pessoas, uma vez que este
indicador passou dos 24,4% da população residente em 2011 para 27,5% em
2013, estimando o INE que esta proporção se tenha mantido no ano
passado.
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Na próxima segunda-feira faz quatro anos desde que a 06
de abril de 2011, o então ministro das Finanças, Fernando Teixeira dos
Santos, reconheceu ao Jornal de Negócios que Portugal precisava de ajuda
externa. Horas mais tarde, foi o então primeiro-ministro, José
Sócrates, que falava ao país para confirmar o que já se esperava: "O
Governo decidiu hoje mesmo dirigir à Comissão Europeia um pedido de
assistência financeira por forma a garantir as condições de
financiamento do nosso país, ao nosso sistema financeiro e à nossa
economia".
O Programa de Assistência Económica e Financeira (PAEF)
viria a ser assinado em maio de 2011 e concluído em junho de 2014,
tendo o Governo dispensado a última 'tranche' do empréstimo, o que quer
dizer que não chegou a haver uma conclusão formal da última avaliação.
Ainda
assim, o programa foi concluído, embora o fim do resgate não tenha
afastado os credores internacionais, que vão continuar a realizar
visitas regulares a Portugal até que o Estado devolva a maioria dos
empréstimos recebidos.
Tanto o Fundo Monetário Internacional (FMI)
como a Comissão Europeia continuam a produzir relatórios sobre a
economia portuguesa e ambas as instituições insistem que há muito por
fazer, não só no combate à pobreza, mas também na reforma do Estado e na
educação e formação profissional.
Concluído o programa, Bruxelas
criticou precisamente a forma como Portugal lidou com a pobreza nas
recomendações específicas a Portugal, conhecidas em fevereiro, referindo
que o Governo "não foi capaz de lidar" com o aumento da pobreza nos
últimos anos, sublinhando que medidas como o corte nos apoios sociais
"tiveram um impacto negativo no rendimento disponível" afetando
"desproporcionalmente os mais pobres" e "as crianças com menos de 10
anos".
Outra crítica que os credores internacionais têm feito
prende-se com a reforma do Estado: o FMI escreveu, num relatório
divulgado em março, que é preciso "rever as reformas" que não tiveram os
resultados esperados e que pode ser preciso "reexaminar algumas
reformas do setor público".
Em março, o FMI pediu mesmo "maior
rigor" aos decisores políticos para combater as restrições à
competitividade e ao investimento, destacando que "o desafio para os
decisores políticos é consolidar" as reformas já realizadas.
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Também
Bruxelas exigiu mais reformas estruturais para melhorar a
competitividade da economia, nomeadamente nos setores da habitação e dos
transportes, bem como no combate à corrupção.
Na saúde, dados do
Governo indicam que das 45 medidas previstas no memorando de
entendimento, foram adotadas 31, estando 12 em curso e duas por aplicar:
o valor a atingir com taxas moderadoras (que ficou aquém do esperado) e
a não acumulação de dívidas vencidas (que também não se cumpriu).
Quanto
ao mercado de trabalho, a Comissão refere que há um risco de a taxa de
desemprego estabilizar em níveis muito elevados, tendo em conta o baixo
crescimento económico e o aumento da discrepância entre as competências
dos trabalhadores e as procuradas pelas empresas.
Bruxelas diz
mesmo que a correspondência entre a oferta e a procura de trabalho se
tornou "menos eficiente durante a crise", uma vez que tanto o desemprego
como as vagas de trabalho aumentaram.
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Em 2014, a economia voltou a
crescer (0,9%) e o défice caiu (para os 4,5%), mas o desemprego
continua acima do nível em que estava antes da crise (13,9% no final do
ano passado) e a dívida continua a subir (ultrapassou os 130% do PIB em
2014).
Para 2015, o Governo prevê que esta trajetória de melhoria
do desempenho da economia se acentue: o PIB deverá 1,5%, o défice deverá
cair para os 2,7%, o desemprego para os 13,4% e a dívida pública para
os 125,4%, estimativas que estão próximas das dos credores
internacionais à exceção da previsão para o défice, uma vez que tanto o
Fundo Monetário Internacional (FMI) como a Comissão Europeia esperam que
seja de 3,2% este ano.
* Exclusão social, aquilo que os governos de Socrates e Coelho/Portas produziram em abundância.
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