ESTA SEMANA NO
"EXPRESSO"
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Alberto da Ponte aumentou €2 milhões
em salários com promoções
Ex-presidente da RTP explica medida com urgência de colmatar saídas. Das 250 promoções em 2014, metade foram no fim do mandato.
O anterior Conselho de Administração (CA)
da RTP, liderado por Alberto da Ponte, viabilizou em 2014 um aumento de
cerca de €2 milhões anuais em salários no operador público, na sequência
de promoções e requalificações profissionais de trabalhadores da
empresa. Segundo um levantamento feito pelo novo CA, presidido por
Gonçalo Reis, no último ano estes processos de evolução na carreira
abrangeram 250 pessoas. No ano anterior tinham sido apenas 25, com um
impacto inferior a €300 mil anuais na estrutura salarial da empresa.
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A GRANDE AQUISIÇÃO DE
ALBERTO DA PONTE
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Além de constatar que o número de requalificações na
RTP foi multiplicado por 10 em apenas um ano, o levantamento agora feito
identifica ainda outro aspeto: perto de metade destes processos - com
um custo anual na ordem do €1 milhão - foram aprovados pela anterior
administração nos últimos três meses em que esteve em funções. Ou seja,
entre novembro de 2014 e janeiro de 2015. Isto quando o Conselho Geral
Independente propôs formalmente ao Governo a destituição da equipa de
Alberto da Ponte no dia 1 de dezembro.
Ao Expresso, o novo presidente da RTP, Gonçalo Reis,
confirmou o resultado do levantamento feito a estes processos e revelou
já ter enviado uma carta sobre o assunto para o ministro da tutela,
Miguel Poiares Maduro, para "informar o acionista da RTP".
Além de "constatar os factos", Gonçalo Reis recusou
"fazer julgamentos de valor" sobre as opções da anterior administração.
"É normal que empresas como a RTP tenham profissionais e evoluir na
carreira ou a subir de escalão. Parto do princípio que houve
racionalidade nestas decisões", diz. Mas admite que "o padrão normal e
expectável" de requalificações na empresa teve um sobressalto no último
ano.
"Entre 2013 e 2014 as requalificações aumentaram de 25
para 250 e houve grande concentração dessas decisões entre novembro e
janeiro. São alterações que afetam o nosso ponto de partida", admite. "É
um constrangimento adicional, porque são ajustamentos com impacto
salarial", sintetizou.
Sobretudo porque, acrescenta, parte substancial destes
ajustes salariais terem ocorrido "depois da entrega do orçamento da RTP
para 2015". "Cerca de metade do valor total do impacto salarial, ou
seja, €1 milhão, é extra orçamental e vai ter impacto em 2015", diz.
Contactado pelo Expresso, Alberto da Ponte garante que
todas as promoções "tiveram razões de gestão" e foram "realizadas
segundo as regras" em vigor. E contextualiza o porquê do volume de
requalificações registadas no último ano. "Só em 2014 saíram 300 pessoas
dos quadros da RTP. Naturalmente foi necessário, de acordo com a lei,
reestruturar serviços e quadros que passaram a acumular novas
responsabilidades", resume.
Sobre o impacto salarial destas medidas, o
ex-presidente da RTP é taxativo. "O custo foi muito inferior à poupança
realizada com a saída de pessoas. Para perceber isto é preciso perceber
de gestão", defendeu, antes de deixar um recado à nova administração da
empresa. "Não percebo porque é que se está a discutir isto em público.
Se a nova administração precisa de tirar alguma dúvida, tem o meu número
de telemóvel e pode telefonar".
* Um administrador porreiraço!
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