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Senso d'hoje
Senso d'hoje
BEATRIZ BATARDA
ACTRIZ
«Gosto de filmar perto de casa e de poder voltar à família. A outra vantagem de estar perto é a de poder levar o meu carro. Nem sempre há um espaço só para os atores e eu não gosto de ficar refém da sala de maquilhagem/catering nos plateaux. É frequente procurar o silêncio entre cenas no meu carro. Não o faço por falta de vontade de confraternizar, é que o ator deve conhecer as suas fragilidades e defender-se delas. Eu gosto dos detalhes na representação e se me distraio, a coisa deslaça.»
«Olha para a nossa história, toda feita de pérolas! Porque serão os filmes portugueses tão amados lá fora? É um cinema rico e variado com identidade própria que traz olhares singulares sobre a nossa realidade. É um cinema que revela e nos questiona, e isso é o que se quer do cinema apoiado pelo Estado, aquele cinema feito para as pessoas e que não é refém das exigências comerciais. E são vários os exemplos da nova geração: Miguel Gomes, Marco Martins, Salavisa… E é sempre bom relembrar que estes filmes são feitos com poucos meios, com fundos vindos das taxas sobre a publicidade nos canais televisivos, e não das nossas contribuições fiscais, porque o cinema gera emprego e movimento na economia interna. Tenho orgulho do cinema português e gostaria de vê-lo mais acarinhado pelos portugueses.»
«A vida muda. Tal como a morte, o nascimento é uma experiência transformadora. Não sou a mesma atriz nem a mesma pessoa que fez o Peixe Lua, de José Álvaro Morais. Estou mais velha, mais cheia, de perdas e de alegrias, e consequentemente a minha relação com a profissão também se vem transformando. Creio que não há atores com um perfil igual. Mas penso que todos partilhamos uma espécie de inquietação. Quando estou a um instante de entrar no palco procuro definir um interlocutor presente no público, direcionar o momento da fantasia a essa pessoa, como um ato de dádiva sem retorno. No cinema também procuro fazer o mesmo mas aí o meu interlocutor vive na câmara.»
* Excertos de entrevista ao "NOTÍCIAS MAGAZINE"
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UM POUCO DE SI
«Gosto de filmar perto de casa e de poder voltar à família. A outra vantagem de estar perto é a de poder levar o meu carro. Nem sempre há um espaço só para os atores e eu não gosto de ficar refém da sala de maquilhagem/catering nos plateaux. É frequente procurar o silêncio entre cenas no meu carro. Não o faço por falta de vontade de confraternizar, é que o ator deve conhecer as suas fragilidades e defender-se delas. Eu gosto dos detalhes na representação e se me distraio, a coisa deslaça.»
«Olha para a nossa história, toda feita de pérolas! Porque serão os filmes portugueses tão amados lá fora? É um cinema rico e variado com identidade própria que traz olhares singulares sobre a nossa realidade. É um cinema que revela e nos questiona, e isso é o que se quer do cinema apoiado pelo Estado, aquele cinema feito para as pessoas e que não é refém das exigências comerciais. E são vários os exemplos da nova geração: Miguel Gomes, Marco Martins, Salavisa… E é sempre bom relembrar que estes filmes são feitos com poucos meios, com fundos vindos das taxas sobre a publicidade nos canais televisivos, e não das nossas contribuições fiscais, porque o cinema gera emprego e movimento na economia interna. Tenho orgulho do cinema português e gostaria de vê-lo mais acarinhado pelos portugueses.»
«A vida muda. Tal como a morte, o nascimento é uma experiência transformadora. Não sou a mesma atriz nem a mesma pessoa que fez o Peixe Lua, de José Álvaro Morais. Estou mais velha, mais cheia, de perdas e de alegrias, e consequentemente a minha relação com a profissão também se vem transformando. Creio que não há atores com um perfil igual. Mas penso que todos partilhamos uma espécie de inquietação. Quando estou a um instante de entrar no palco procuro definir um interlocutor presente no público, direcionar o momento da fantasia a essa pessoa, como um ato de dádiva sem retorno. No cinema também procuro fazer o mesmo mas aí o meu interlocutor vive na câmara.»
* Excertos de entrevista ao "NOTÍCIAS MAGAZINE"
** É nossa intenção, quando editamos pequenos excertos de entrevistas, suscitar a
curiosidade de quem os leu de modo a procurar o site do orgão de
comunicação social, onde poderá ler ou ver a entrevista por inteiro.
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