HOJE NO
"DIÁRIO ECONÓMICO"
"DIÁRIO ECONÓMICO"
A ministra que se demitiu na Suécia
por não ter pago a taxa da TV
Erros em matérias fiscais e contributivas são muitas vezes fatais na política europeia.
Em Outubro de 2006, na Suécia, a ministra da Cultura
demitia-se no meio de grande polémica: Cecilia Stego Chilo admitia que
não tinha pago durante 16 anos a taxa sobre a licença de televisão
(2.861 euros, em valores desse ano), nem feito as contribuições sociais
para a sua empregada doméstica. No momento da demissão, a ministra
afirmou que a falha em cumprir estas obrigações "não era aceitável".
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Falhas em matéria de obrigações fiscais são muitas vezes fatais para os governantes.
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ASSUMIU
Nos
últimos anos foram conhecidos vários casos mais graves, envolvendo
contas ocultas na Suíça (que causaram baixas ministeriais no Governo
francês de Hollande e no anterior Executivo da chanceler alemã Angela
Merkel), suspeita de favorecimentos e fraude fiscal (que levou à
demissão do ex-primeiro-ministro da Irlanda), ou condenações por fraude
fiscal (como o ex-pimeiro-ministro italiano Silvio Berlusconi).
Contudo,
mesmo casos menos complexos e mais próximos daquele que afecta o
primeiro-ministro português - que não pagou durante cinco anos as suas
contribuições para a Segurança Social - encontram alguns desfechos
duros, quer na Europa, quer em Portugal.
O caso da ministra
sueca, de 2006, seguiu-se ao de uma colega sua no mesmo Governo, que
saiu também por não ter pago as contribuições para a Segurança Social da
sua empregada doméstica.
Mais recentemente, no Governo de
François Hollande, o jovem e promissor Thomas Thévenoud acabou demitido
passados apenas nove dias de mandato como ministro do Comércio.
Thévenoud não tinha entregue a declaração de impostos durante três anos
seguidos antes de ser ministro - o facto de ter regularizado entretanto a
situação não serviu para travar a tempestade mediática e a saída do
Governo.
COÇOU
Em Portugal, um dos casos mais notórios foi o da
demissão em 1997 do então ministro da Defesa do Governo socialista de
António Guterres, António Vitorino. Como no caso que hoje afecta Passos
Coelho, foi o jornalista José António Cerejo, no Público, a fazer as
perguntas sobre o pagamento em falta de um imposto sobre a compra de uma
casa (a antiga Sisa) - uma falha cometida antes de estar no cargo.
Vitorino saiu de imediato, antes do apuramento sobre o caso (que viria a
indicar que não houvera falha).
No caso actual, que envolve o
primeiro-ministro, nem na maioria, nem nos restantes partidos - com
excepção do Bloco de Esquerda - se falou na hipótese da demissão.
* A notícia revela a diferença entre um país civilizado e outro "afiambrado"
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