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"JORNAL DE NEGÓCIOS"
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Portugueses são dos mais infelizes
com a sua vida na União Europeia
Só os búlgaros estão mais insatisfeitos com a sua
vida do que os portugueses, de acordo com um inquérito divulgado esta
quinta-feira pelo Eurostat. Os escandinavos são os que estão mais
felizes.
O Dia Internacional da Felicidade é já
amanhã, sexta-feira, mas não deverá haver grandes motivos para celebrar:
os portugueses estão no grupo de cidadãos europeus menos satisfeitos
com a sua vida. Numa escala de zero (nada satisfeito) a 10 (totalmente
satisfeito), os portugueses atribuíram à sua satisfação com a vida uma
nota de 6,2, que é, ex-aequo com Grécia, Chipre e Hungria, a segunda
mais baixa na União Europeia. Pior, mesmo, só a Bulgária, com 4,8. Os
dados são relativos a 2013.
A nota que os portugueses atribuem à sua satisfação com a vida está
também abaixo da média europeia, de 7,1. Olhando às notas que os
portugueses das diferentes faixas etárias atribuem, percebe-se que a
nota baixa é muito influenciada pela insatisfação dos mais velhos. Os
jovens dos 16 aos 24 anos são os mais satisfeitos e atribuem uma nota de
7,5, que depois começa sempre a descer: dos 25 aos 34 já é de 6,8, dos
35 aos 49 cai para 6,3, e dos 50 aos 64 recua para os 5,7.
O único aumento de satisfação ocorre nos portugueses entre 65 e 74
anos, que atribuem 5,9 à sua satisfação com a vida. Aqueles que têm mais
de 75 anos dão uma nota 5,6, a mais baixa de todos os escalões. A
tendência que se verifica em Portugal é comum a toda a Europa, com raras
excepções escandinavas. Os vizinhos de Espanha dão 6,9 à sua satisfação
com a vida.
É na Finlândia, Dinamarca e Suécia que há cidadãos europeus mais
satisfeitos: os três países dão nota 8 à sua satisfação com a vida. E na
Dinamarca e Suécia, os cidadãos acima de 65 anos, em idade de reforma,
estão mais satisfeitos com a sua vida do que os jovens até aos 24. Logo a
seguir vêm os austríacos e holandeses, com nota de 7,8.
Suíça rivaliza com a Escandinávia
O estudo do Eurostat
avalia os níveis de satisfação em quatro outros países que não fazem
parte da União Europeia. Na Suíça, a satisfação com a vida é similar à
da Suécia: os suíços atribuem nota 8. Na Islândia e Noruega a nota é de
7,9, muito próxima do topo. Segue-se a Sérvia, com 4,9, um dos piores
resultados.
É, portanto, no Centro e Norte da Europa que os cidadãos europeus
estão mais satisfeitos com as suas vidas. Nas periferias, especialmente
este e oeste, a satisfação é menor.
O estudo divulgado pelo Eurostat concentra-se no indicador de
satisfação com a vida porque ele é "um indicador-chave de bem-estar
subjectivo". "A satisfação com a vida é um conceito multi-dimensional
que é muito moldado por vários factores sócio-demográficos, que conduzem
a situações de vida distintas, bem como a diferentes expectativas e
preferências", lê-se no destaque da publicação.
Surpreendentemente, ou não, não é o salário que mais contribui para
os europeus estarem satisfeitos com a sua vida. "As condições de saúde
são um dos factores determinantes na satisfação com a vida, à frente de
outros factores como a posição financeira, a situação do mercado laboral
ou as relações sociais", conclui o Eurostat.
* A infelicidade em Portugal vem da subserviência ao poder.
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