HOJE NO
"DIÁRIO ECONÓMICO"
"DIÁRIO ECONÓMICO"
“Economia mundial cresceria 12%
com igualdade na liderança"
Um estudo da OCDE revela que se houvesse
mais mulheres na liderança haveria um crescimento da economia mundial,
diz Linda Pereira, responsável pelo capítulo europeu da WECAI.
Aassociação mundial de empresas de 'ecommerce' lideradas
por mulheres (WECAI) acaba de lançar uma representação na Europa. O
capítulo europeu será liderado pela portuguesa Linda Pereira que trouxe a
Portugal empresárias dos quatros cantos do mundo para debateram a
implementação da ideia "Women Helping Women", revela a organizadora do
evento em entrevista ao Capital Humano.
Porquê o nome 'The WOW Conference'?
.
O WOW é uma abreviatura de Women of Wisdom, mulheres de sabedoria.
Este conceito baseia-se na ideia de 'Women Helping Women' que está a
circular em todo o mundo. A minha geração que, actualmente está no topo
da carreira ou a realizar os sonhos de lançar a sua empresa, pretender
criar um legado para o futuro, partilhar as suas experiências e ajudar
outras mulheres a ter sucesso.
Porque é que há tantas mulheres no 'ecommerce'?
Porque é uma forma mais fácil das mulheres entrarem no mundo dos
negócios, tendo em conta as contingências sociais que a mulher encara no
dia-a-dia. Muitas vezes as mulheres seguiram trabalhos menos
inspiradores, por obrigações familiares, por limitações de tempo.
Queremos ajudar as mulheres a seguir as suas paixões e a transformar as
suas ideias em negócios. O 'ecommerce' é uma ferramenta tecnológica que
lhes permite fazer isso.
A Organização Mundial de Comércio prevê que apenas em 2095 haverá
igualdade entre homens e mulheres. O que é que falta fazer para se
atingir a paridade?
Há coisas que não se podem impor. Trabalho há 27 anos com líderes de
empresas e a experiência mostra que as mulheres também têm muita culpa.
Somos muito menos afirmativas na nossa liderança, em assumir o domínio
do nosso futuro e não damos a conhecer as nossas capacidades. Somos mais
reservadas e viradas para o interior das famílias. Temos menos tradição
de trabalhar em rede. E as redes são uma ferramenta absolutamente
crucial e a mais poderosa.
E as redes das mulheres são ainda mais fortes que as dos homens...
As mulheres têm uma tradição familiar de inclusão mas não têm
conseguido levar isso para o meio profissional. O facto de trabalhar em
rede deu-me tudo o que tenho hoje. Existe uma expressão na Inglaterra
que diz "os homens empregam pessoas que usam a mesma gravata que eles".
Uma expressão irónica para falar das redes, porque o "'networking' não é
quem conhecemos, mas quem nos conhece a nós". E se não nos damos a
conhecer e às nossas capacidades não vamos influenciar o meio que nos
rodeia.
Os estudos revelam que se houvesse mais mulheres na liderança a economiae as empresas estariam melhores...
Tenho uma paixão por países liderados por mulheres. A zona económica
que está melhor neste momento é o norte da Europa onde há muitas
mulheres a liderar. São economias em que não existem défices, porque as
mulheres tem a preocupação em equilibrar, sempre tendo em conta a
componente humana e não olham para os números com tanta frieza. Quem
compra os produtos das empresas são as mulheres. Um estudo da OCDE
revela que a economia mundial cresceria 12% se houvesse paridade na
sociedade. Está na altura de termos mais juízo.
Qual é o objectivo do 'Women Leadership Council' que acaba de lançar?
A ideia é desenvolver estudos para analisar como estamos a evoluir em
termos de paridade na liderança, porque queremos atingi-la muitos antes
de 2095. Queremos criar ainda instrumentos para apoiar as mulheres
empreendedoras dos países emergentes. Criar também programas de
'mentoring' que vão ajudar e aconselhar as mulheres para que progridam
na carreira.
* Nós temos um enorme respeito pelas mulheres e pelas suas extraordinárias capacidades, mas nem tanto ao mar nem tanto à terra. Os países do norte são normalmente bem geridos quer por homens ou mulheres fundamentalmente por questões de grande educação e civilidade. Porque de países líderados por mulheres também temos as fraquezas de Cristina a argentina e Wilma presidente do Brasil que se espera ter a maior recessão desde 1990, além de escândalos ligados a "propinas".
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