22/03/2015

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 ESTA SEMANA NA
"SÁBADO"

Amigo de Ricardo Salgado veio
 a Lisboa sem a CPI saber

Quando foi convocado para se apresentar perante a Comissão Parlamentar de Inquérito que investiga o caso BES, José Guilherme, invocou razões de saúde e o facto de estar em Angola, para não comparecer. Porém, em Março, esteve em Portugal , segundo apurou o Expresso, junto do seu barbeiro de há mais de 40 anos, na Amadora.
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José Guilherme é o construtor, amigo de Ricardo Salgado, que lhe "ofereceu" 14 milhões de euros e por isso devia ter sido ouvido pela comissão de inquérito ao BES. Porém, recusou-se a comparecer e, mesmo quando, em princípio de Março, altura em que a comissão ouvia Henrique Granadeiro, esteve em Lisboa, nunca entrou em contacto com os deputados para depor.

"Ele esteve aqui às dez da manhã e fez, como sempre, a marcação com antecedência", contou Aurélio Robalo, o barbeiro que corta habitualmente o cabelo a José Guilherme e que garante tê-lo atendido no sábado, 7 de Março.

Estupefacto perante a notícia, o deputado Fernando Negrão, que preside à CPI, disse àquele semanário que "foram feitos dois contactos a sugerir duas hipóteses de datas para a audição" ao construtor, "o que significa que a CPI estava muito interessada em ouvi-lo". Acrescenta que "há um dever de colaboração da parte do empresário" e que se ele esteve em Portugal "devia ter feito um contacto com a CPI".

Entretanto, Fernando Negrão, disse ao Expresso que vão ser mandadas, ao Ministério Público, certidões extraídas "das notificações enviadas pela CPI e da correspondência trocada com os advogados de José Guilherme", para que seja apurado se houve "crime de desobediência".

Ainda esta semana a CPI, remeteu por escrito, para uma morada do construtor na Amadora, 30 perguntas, que terão de ser respondidas por José Guilherme em dez dias úteis.

* Quem tem dinheiro goza a instituição que lhe apetecer.

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