Pelo fim da
mutilação genital feminina
Assinalou-se mais um Dia Internacional de Tolerância Zero à Mutilação
Genital Feminina (6 de Fevereiro). A Organização Mundial de Saúde
estima que a excisão total ou parcial dos órgãos genitais femininos já
atingiu 140 milhões de meninas e mulheres, e que diariamente outras 6
mil podem estar em risco, o que equivaleria a cerca de 3 milhões de
vítimas anualmente.
Trata-se de uma das mais cruéis formas de violência contra as
mulheres, enraizada em determinados contextos socioculturais e
perpetuada por dogmas religiosos. Estima-se ainda que só na Europa
existam 500 mil mulheres mutiladas, estando anualmente 180 mil meninas
em risco de mutilação. Não obstante todos os esforços já desenvolvidos -
as convenções europeias e internacionais, a evolução dos enquadramentos
políticos e legislativos, os programas de acção, o empenhamento dos
mecanismos públicos, das organizações da sociedade civil, de activistas e
de profissionais de áreas diversas... -, a verdade é que estes números
são intoleráveis.
E só assim podem ser lidos neste ano Europeu para o Desenvolvimento e
no ano em que as Nações Unidas desenvolvem esforços para ultimar as
negociações da Agenda de Desenvolvimento e Direitos Humanos para
2015-2030. A Associação para a Cooperação sobre População e
Desenvolvimento (P&D Factor) acabou de o recordar, apelando a uma
tomada de posição: é preciso agir mais, fazer mais e melhor, mobilizar
todos os recursos humanos, diplomáticos e financeiros para pôr um fim a
esta atrocidade. Posição que colhe todo o meu apoio.
Professora no Instituto Superior de Economia e Gestão - U. Lisboa.
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11/02/15
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