HOJE NO
"OBSERVADOR"
"OBSERVADOR"
Cinco segredos sobre as coisas
que andamos a comer
Prepare-se para abrir a boca, mas de espanto, depois de ler estes cinco factos sobre como a comida é processada, reunidos no livro "Food Unwrapped", do jornalista Daniel Tapper.
1. Um gelado de framboesa pode ser, na verdade, um gelado de castor
Que
nem sempre um gelado de framboesa é feito com framboesas já todos
sabemos, mas guardamos ainda a ingenuidade de pensar que os
aromatizantes usados têm alguma coisa a ver com essa fruta. Abrindo uma
caixa de Pandora para os amantes de frutos vermelhos, o jornalista de
comida Daniel Tapper
revela que o sabor a framboesa, por exemplo, é muitas vezes conseguido
com recurso a castóreo, uma secreção oleosa produzida pelos castores
para se impermeabilizarem. Não será o único componente, já que os
sabores quimicamente fabricados podem juntar centenas de ingredientes
com nomes impronunciáveis para produzir um sabor semelhante ao natural.
2. Os olhos esbugalhados dos camarões são discriminação sexual
Um estilo de vida de um camarão na Tailândia não é exatamente paradisíaco, diz Tapper no livro Food Unwrapped,
lançado agora no Reino Unido: vivem em pequenos lagos artificiais
abertos para a produção em massa desta espécie — sítios apertados,
escuros e lamacentos onde chegam a estar milhões de camarões tigre.
.
O
stress do cativeiro inibe a produção de ovos e por isso é frequente que
se faça um corte num ou nos dois olhos da fêmea. Isto altera a produção
de hormonas e aumenta a produção de ovos depois do acasalamento — uma
prática aprovada pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e
Agricultura.
3. Os flocos que come ao pequeno-almoço são o Iron Man
Se
está farto da rotina e vê os dias sucederem-se sem nada de
extraordinário acontecer, passe um íman pelos flocos de milho ao
pequeno-almoço e repare como há qualquer coisa a mexer-se. Isto acontece
porque um dos aditivos dos cornflakes é limalha de ferro —
pequenas partículas de ferro que não alteram o sabor dos cereais. Todo o
processamento que o milho recebe ao chegar às fábricas retira ao
produto final muitas propriedades que são adicionadas depois de
cozinhados os flocos. Para além de ferro, estes cereais são ainda
borrifados com ácido fólico e vitaminas A, B, C e D.
4. O sumo de laranja natural pode ter sido acabado de espremer… há dois anos
Guardar
sumo de laranja durante dois anos em grandes tinas industriais não soa
exatamente ao mesmo que envelhecer um vinho em barris de carvalho para
que ele ganhe aromas requintados. Pode até parecer um atentado à saúde,
mas Tapper garante que é seguro: para desacelerar a decomposição, as
grandes indústrias começam por provocar um choque térmico ao sumo — 30
segundos acima dos 95 graus. Em seguida, introduzem nitrogénio na
bebida, que vai acabar com o oxigénio, responsável pelo envelhecimento, e
armazenam-na em tanques gelados com uma capacidade que pode chegar aos
40 milhões de litros. Até escoar o sumo para ser vendido, ele pode
aguentar dois anos nestas condições sem se degradar.
5. A pastilha elástica também é uma super-heroína indestrutível
O que têm em comum uma pastilha elástica, o pneu de uma bicicleta, uma bola de rugby
e umas luvas de lavar loiça? A borracha butílica, um ingrediente
secreto que, no caso da pastilha, é usado no seu estado não tóxico. Este
material é tão resistente — basta pensar num treino da seleção
Portuguesa de Rugby –, que uma viagem pelo tubo digestivo é um passeio
agradável. A saliva não consegue dissolver a pastilha, e os movimentos
do estômago e dos intestinos nunca a chegam a partir. Ou seja, se
engolir uma pastilha elástica por acidente, saiba que ela vai chegar ao
fim intacta.
* Os donos da indústria alimentar estão a assassinar-nos, devagarinho.
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