HOJE NO
"OBSERVADOR"
O boneco de madeira mais popular
do mundo faz 75 anos
Há 75 anos estreava no Central Theatre de Nova Iorque o segundo filme
da história do estúdio de animação Disney e um dos seus maiores
clássicos. Pinóquio foi escrito pelo italiano Carlo Collodi entre os
anos 1982 e 1983 e adaptado aos cinemas pelos argumentistas Ben
Sharpsteeny e Hamilton Luske. A história conta as aventuras do boneco que procura tornar-se humano a partir da bravura e lealdade. Pelo caminho, tem lidar com o egoísmo – representado pelo nariz que cresce sempre que mente.
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Na estreia o filme foi bem recebido pela crítica
e ganhou dois Óscares, de melhor banda sonora e melhor canção original
para “When You Wish Upon A Star”, sendo a primeira vez que uma animação
era distinguida com uma estatueta dourada. No entanto, foi um fracasso económico
para a Disney, provavelmente pelo momento em foi lançado. A Europa
enfrentava a Segunda Guerra Mundial e o púbico que frequentava as salas
de cinema na época preferia prestigiar trabalhos com uma temática mais
bélica, como o dos realizadores John Ford, Frank Capra ou William Wyler.
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Outro motivo para o fracasso do filme foi o alto custo, gerado pelo meticuloso trabalho de criação dos desenhos, especialmente daqueles que reproduziam a textura da madeira. Conforme explica Dave Bossert, produtor e diretor criativo do estúdio Walt Disney, em entrevista à página Daily Beast,
este cuidado estético rendeu frutos a longo prazo: “Faço parte da
indústria [da animação] há mais de 30 anos e ainda vejo Pinóquio como um
dos melhores filmes de animação feitos à mão de sempre. A preocupação
com os detalhes valeu a pena a longo prazo e assegurou ao filme um lugar
entre os clássicos da animação”, afirma.
Em 1994, o filme foi selecionado pela Biblioteca do Congresso dos
Estados Unidos para fazer parte do National Film Registry, um arquivo
cinematográfico que conserva trabalhos de interesse cultural, histórico e
estético do país.
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Em 2005, a revista Time incluiu-o na sua lista de 100
melhores filmes da história e em junho de 2011 deu à produção o título
de melhor filme de animação da história. No site Rotten Tomatoes,
responsável por agregar críticas de cinema de diferentes meios, o filme
tem uma aprovação de 100%, o que significa que recebeu a nota mais alta
das 41 publicações que avaliaram a obra.
E qual é o segredo para a longevidade do filme? Dave Bossert acredita no equilíbrio entre o nível técnico e a qualidade da história.
“Cito sempre a sequência da baleia no filme, pela riqueza artística
utilizada para recriar o oceano, além da interação entre Pinóquio e
Gepeto enquanto são perseguidos pelo animal – tudo é feito de maneira
tão espetacular. Às vezes é difícil imaginar este nível de inovação,
quando estamos acostumados à animação gráfica, mas foi tudo desenhado à
mão”.
O reconhecimento do filme também se traduz nas centenas de adaptações e
referências que recebeu ao longo dos anos, que vão desde a literatura,
como na adaptação do escritor russo Aleksej Tolstoj, ao cinema, em obras
como Shrek e Inteligência Artificial.
* Pinóquio, o mais verdadeiro de todos os aldrabões.
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