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"JORNAL DE NEGÓCIOS"
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Os impostos vão descer em 2015?
Os legos explicam
O PCP recorreu esta quarta-feira a "modernas
técnicas pedagógicas" para provar que em 2015 a carga fiscal sobre as
famílias não vai diminuir. Maria Luís Albuquerque, que colocou os óculos
para acompanhar com a atenção a escalada da torre de legos, apreciou a
apresentação, mas não gostou do conteúdo.
Há várias semanas que no Parlamento o PCP repete a mensagem: em 2015 as famílias não sentirão qualquer alívio na sua factura fiscal, e, se a receita fiscal sobe, é por causa do "enorme aumento de impostos" decretado em 2013 por Vitor Gaspar. Contudo, esta quarta-feira, o partido resolveu inovar na técnica de comunicação: "Antes que o secretário de Estado dos Assuntos Fiscais agarre no microfone e desate a falar do combate à fraude e evasão", Paulo Sá, com ironia e humor, lançou mão de várias peças coloridas de legos. A ministra das Finanças sorriu, colocou os óculos e assistiu à representação do que foi o aumento da carga fiscal nos últimos anos.
O primeiro paralelepípedo, de cor branca, representava a carga fiscal
em 2012. Ao todo o bloco maciço é composto por 91 peças, cada uma a
valer 100 milhões de euros. Feitas as contas, eram 9,1 mil milhões de
euros de IRS de receita fiscal.
O segundo bloco de peças, que se veio juntar às brancas, são
vermelhas vivas, como vivo foi o "enorme aumento de impostos" de 2013.
São 32 peças individuais que representam o acréscimo de 3,2 mil milhões
de euros de subida de IRS sentida de sopetão nesse ano.
E, para 2015, "quando se esperava que o Governo revertesse a situação
para os níveis de 2012", prosseguiu Paulo Sá, eis que aparece uma
"designada reforma do IRS" que devolve apenas 150 milhões de euros aos
contribuintes. 150 milhões de euros à escala dos legos, equivalem a uma
peçazinha e meia, que, retirada ao bloco maciço que representa a carga
fiscal actual, deixa o paralelepípedo do com uma pequena dentada.
"Mas isto não fica no bolso das famílias", prossegue Paulo Sá, que
tira do bolso uma peça de igual dimensão de cor vede – alusiva o aumento
da carga fiscal com a chamada "fiscalidade verde". Sucederam-se as
peças azuis e amarelas, para representar a subida dos impostos especiais
sobre o consumo, que nem chegaram a ser pregadas à torre. Entre os
deputados da oposição começava a formar-se um burburinho, e Paulo Sá
rematou: "Quando se mostram gráficos ficam incomodados, quando se passa
para a dimensão 3 D mais incomodados ficam porque é difícil de refutar
os números".
Na resposta, Maria Luís Albuquerque disse ter apreciado a nova
apresentação, mas lamentou que o assunto se estivesse a tornar
repetitivo. E "a uma pergunta recorrente dou resposta recorrente".
Primeiro, diz a ministra, é preciso levar em conta também o IRC, cuja
carga fiscal tem vindo a descer, o que é importante porque as empresas
criam emprego. Depois, em 2014 as taxas de IRS não se alteraram, por
isso, o crescimento da colecta de IRS decorre, "entre outras coisas, da
criação de emprego", o que dificilmente pode ser considerado uma má
notícia. Por fim, em relação a 2015, reconheceu que a redução de IRS é
pequena, mas convidou o deputado do PCP a perguntar às famílias com
filhos se a redução das taxas de retenção na fonte é ou não bem-vinda, e
se ajuda ou não ajuda.
* Excelente esta cabal demonstração do sr. deputado Paulo Sá, um gorro que a equipa das Finanças teve de enfiar.
Srs. Visitadores vejam o vídeo com atenção e divulgem-no.
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