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MEDINA CARREIRA
FISCALISTA/JURISTA
SOBRE O PAÍS
400.
Senso d'hoje
Senso d'hoje
MEDINA CARREIRA
FISCALISTA/JURISTA
SOBRE O PAÍS
"Com o nosso PIB e sem uma carga fiscal "arrasadora", a despesa pública
deveria rondar os 75 mil milhões de euros, mas na realidade é de 86 mil
milhões, grosso modo cerca de 10 mil milhões acima do possível. A actual
austeridade só pode ser reduzida se se conseguir rapidamente um
crescimento significativo da economia, ou o apoio europeu na parte que
exceder as nossas reais possibilidades. Não sendo provável que a
economia evolua desse modo, nem que a Europa se disponha a pagar-nos as
despesas, a promessa de alívios rápidos da austeridade pode gerar
perigosas decepções. Contar com decisões de terceiros sem um seguro
compromisso prévio é um caminho que não se aconselha como política
nacional".
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"Se não houver um governo com o PS e o PSD, no mínimo construído sobre um
programa à medida das difíceis circunstâncias em que vivemos, nada se
fará que seja adequado e duradouro. Com efeito, sem um crescimento
económico dinâmico não sairemos da ratoeira em que caímos. O crescimento
não ocorrerá, em termos suficientes, sem investimentos de adequada
relevância. Estes não serão feitos se não houver boas condições de
atractividade. Pelo menos sem o acordo do PS e do PSD, nenhum governo no
Portugal de hoje o garantirá. E o panorama em que vivemos é
desconcertante como a actual legislatura confirma, porque só duas vezes
concordaram: nas taxas do IRC, que o PS renegou alguns meses depois, e
quanto aos subsídios dos ex-políticos, que ambos abandonaram em menos de
24 horas. Pode acreditar-se que alguém fará investimentos que valham a
pena num país com este grau de ligeireza política? Por isso
contentamo-nos com as vendas a estrangeiros dos negócios existentes, e
que por isso nada acrescentam: EDP, REN, CTT, ANA, etc. São indícios
preocupantes de que as eleições poderão deixar tudo na mesma".
* Excertos de entrevista ao "i"
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* Excertos de entrevista ao "i"
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