11/12/2014

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HOJE NO
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Sociedade tem tendência para “estereotipar negativamente” a pobreza

Segundo o estudo, para combater os estereótipos é importante evitar emitir juízos de valor, fazer generalizações e julgar pelas aparências, mas desenvolver atitudes de tolerância, abertura à mudança e respeito pelo outro

A sociedade tem tendência para “estereotipar negativamente” as situações de pobreza, atribuindo as suas causas a questões de ordem individual e comportamental, concluiu um estudo hoje divulgado, no Porto.
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“É como se a pessoa em situação de pobreza fosse a única responsável por isso”, disse à Lusa a socióloga Cláudia Albergaria, uma das responsáveis pelo projecto “Bem-me-Quer; Mal-me-Quer – O impacto das representações sociais na luta contra a pobreza”.

Citações como “a pessoa encontra-se em situação de pobreza porque não quer trabalhar”, “quer viver à custa dos subsídios”, “é malandra” ou “é preguiçosa” são estereótipos e preconceitos que têm “muitos” impactos e a “diferentes níveis” na vida das pessoas, revela o estudo.

A visão da pobreza com base em “pressupostos negativos” vai condicionar a actuação dos técnicos na elaboração de um plano de inclusão, apoio, orientação ou acompanhamento das pessoas, podendo haver a tendência de se criar “bons e maus pobres”.

“Temos de ter respeito pela pessoa humana enquanto detentora de liberdade para fazer com o seu dinheiro o que quer, mesmo vindo de apoio público, porque é um direito e não uma escola”, frisou a socióloga.

Por este motivo, a investigadora considerou “fundamental” sensibilizar a população para esta problemática porque “há muitas realidades de pobreza”.

Na opinião de Cláudia Albergaria, a crise económica trouxe uma alteração da “imagem da pobreza” porque incluiu grupos que estavam “relativamente protegidos” destas situações, apresentando-se de forma “muito diversificada”.

“Se a pobreza sempre teve muitos rostos, agora tem muitos mais”, disse.
Actualmente, a sociedade está a “desculpabilizar mais” as pessoas que estão a entrar em situação de pobreza porque não lhe atribuem culpa individual em detrimento do social.
Segundo o estudo, para combater os estereótipos é importante evitar emitir juízos de valor, fazer generalizações e julgar pelas aparências, mas desenvolver atitudes de tolerância, abertura à mudança e respeito pelo outro.

O projecto “Bem-me-Quer; Mal-me-Quer – o impacto das representações sociais na luta contra a pobreza em Portugal” desenvolveu-se entre Novembro de 2013 e Dezembro de 2014, sendo promovido pela Rede Europeia Anti-Pobreza.

O objectivo geral centrou-se na realização de uma investigação para analisar as representações sociais que técnicos e dirigentes de instituições públicas e privadas, que trabalham na área social, têm relativamente aos fenómenos de pobreza e exclusão social.

O método de análise foi qualitativo, incluindo análise documental e entrevistas exploratórias a pessoas que tiveram ou têm responsabilidades na área social.

* O consumismo feroz promovido no consulado do primeiro-ministro Silva ampliou as distancias e avolumou estigmas entre as classes sociais, a partir daí os pobres são responsáveis pela sua condição e não porque os mais ricos são cada vez mais ricos atirando para o lixo os outros "tendencialmente" humanos em boas condições para serem explorados.


** Uma destemperada avaria informática provocou grande atraso na inserção das notícias, esta foi colocada na madrugada de 12/12, as nossas desculpas.


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