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ESTA SEMANA NO
"DINHEIRO VIVO"
"DINHEIRO VIVO"
CMVM analisa financiamento da
OPA de Isabel dos Santos
A forma como Isabel dos Santos vai financiar a oferta pública de
aquisição de 1,21 mil milhões de euros à PT SGPS está a ser analisada na
Comissão de Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), apurou o Dinheiro
Vivo. Um elemento fundamental para aceitar o registo da OPA.
A
PT SGPS, presidida por João de Mello Franco, levantou a questão da
falta de informação sobre o financiamento quando se pronunciou sobre a
oferta. "Se atendermos ao facto de que grande parte da base de
investidores da PT é internacional, seria desejável e justificável que,
para melhor esclarecimento dos acionistas, tivesse sido facultada mais
informação sobre os interesses empresariais e capacidade económica da
acionista controladora da oferente", pode ler-se no relatório ao projeto
do prospecto de oferta.
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O projeto de prospecto de oferta da Terra
Peregrin sobre a PT SGPS não é público, mas segundo fontes ouvidas pelo
Dinheiro Vivo, na documentação enviada ao regulador e à empresa
portuguesa não é detalhada a forma como irá ser assegurada o
financiamento da OPA. Ou seja, se há um sindicato bancário formado, quem
são as instituições que vão garantir o pagamento aos acionistas.
Fonte
próxima da empresária angolana garante que, na informação do projeto de
prospecto, "não há dúvidas sobre o modo de pagamento e a
contrapartida". Mais, frisa, esta oferta cumpriu os mesmos procedimentos
de outras operações já realizadas por Isabel dos Santos em Portugal.
"Aquando do registo da OPA será apresentada uma garantia do
financiamento da oferta", adianta fonte próxima da empresária. "Penso
que o regulador já está esclarecido mas só o saberemos oficialmente
quando for dado OK para o registo". Quanto ao financiamento da OPA, este
"será efetivado em parte com capitais próprios e em parte através de
recurso à banca, com exclusão do sistema financeiro português, como tem
ocorrido nos últimos investimentos de Isabel dos Santos em empresas
portuguesas", precisou fonte próxima da empresária angolana, embora sem
adiantar quais os bancos envolvidos.
Até ontem ainda não tinha
sido feito o registo da OPA pela CMVM. O regulador liderado por Carlos
Tavares continua a analisar a oferta. Além do financiamento, outro dos
temas é o pedido de derrogação de OPA obrigatória, uma das condições
para que a oferta de Isabel dos Santos chegue ao mercado. Mas a CMVM já
alertou que o preço oferecido (1,35 euros/por ação) não cumpre com os
requisitos legais. O preço tem de ser calculado com base na média de
cotação dos últimos seis meses, o que é não é o caso. Tudo irá depender
da análise da justificação de preço apresentada.
A OPA tem contra
si o tempo. A 12 de janeiro, a PT SGPS vai decidir sobre a venda da PT
Portugal à Altice em assembleia geral. A haver venda da dona do Meo, a
Terra Peregrin já admitiu que pode retirar a oferta.
* Se nós fossemos reguladores do mercado mobiliário português jamais permitiríamos que investidores, cuja principal fonte de receita é o sangue dum povo, pudessem negociar na bolsa portuguesa, faríamos o mesmo para empresas estatais oriundas de ditaduras.
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