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"CORREIO DA MANHÃ"
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17 715 mortes associadas a infeções
Nos últimos cinco anos
registaram-se em Portugal 17 715 mortes associadas a infeções
hospitalares, segundo dados de um relatório da Direção-Geral da Saúde
(DGS) divulgado ontem.
Os óbitos foram associados a tratamentos que incluíram a utilização
de dispositivos invasivos, como a introdução de cateteres nos doentes ou
a ligação dos pacientes a ventiladores.
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"Não podemos concluir pela
causalidade entre os óbitos e as infeções associadas aos dispositivos,
porque esses doentes estavam numa situação clínica grave e por isso não
sabemos se os doentes morreram devido à sua doença ou à infeção",
sublinha ao CM José Artur Paiva, um dos autores do estudo. José Artur
Paiva explica que, apesar de os dispositivos clínicos serem
esterilizados antes da sua aplicação no doente, os instrumentos "são
manipulados". O responsável reconhece que "ainda há muito a melhorar" e
por isso é que este é um "programa de saúde prioritário".
A taxa de infeção hospitalar em Portugal é "mais elevada do que a
média europeia e há infeções do local cirúrgico, como a cesariana e a
infeção associada a cirurgia da vesícula biliar, que apresentam uma
tendência crescente". Em três anos, de 2010 a 2012, registaram-se 111
infeções associadas a cesarianas. Nesses três anos, foram registadas 505
infeções associadas a cirurgias ao cólon.
O relatório ‘Prevenção e Controlo de Infeções e de Resistência aos
Antimicrobianos em Números 2014’ refere ainda que o País ocupa o 9º
lugar na tabela dos 30 países europeus com maior consumo de
antibióticos, mas registou nos últimos dois anos uma redução ao nível do
consumo hospitalar destes remédios.
Remédios inúteis em lares de idosos
Cada idoso internado num lar toma em média, por dia, dez
medicamentos, divulgou um estudo elaborado pelo Instituto Superior de
Ciências da Saúde Egas Moniz, de Lisboa. Contudo, dois destes remédios
não servem para nada.
Os investigadores tiveram por base no seu trabalho a medicação
administrada a 126 idosos, residentes em três lares das regiões de
Lisboa e Vale do Tejo e do Alentejo. Uma das principais conclusões do
estudo – publicado na ‘Revista Portuguesa de Farmacoterapia’ – é a de
que em cerca de um sexto dos 1315 medicamentos receitados diariamente
foram identificados como "potencialmente inadequados". Concluíram os
investigadores que, em média, cada idoso toma dois remédios sem qualquer
necessidade, tendo em conta o seu estado de saúde e a sua idade.
No total, 75% dos idosos estavam a tomar medicamentos inadequados. Um
dos idosos tomava diariamente 28 remédios. Em média cada utente dos
lares tinha associadas seis doenças.
* Não é uma calamidade, é grave e há tendência para melhorar. O problema reside na enorme falta de enfermeiros nos hospitais e a sobrecarga brutal de horas de trabalho pode originar, através do cansaço, procedimentos menos rigorosos. Sabemos do que falamos, em regime de internamento vimos enfermeiros e auxiliares que deviam usar patins em vez de sapatos de trabalho, tantas eram as solicitações, mas o contacto com os doentes era impecável e afectuoso.
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