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CTT podem aliar-se a Isabel dos Santos
Os CTT estão a estudar entrar na corrida pela PT Portugal. E uma das hipóteses passa por juntarem-se a Isabel dos Santos e à Sonae, disseram ao SOL fontes do mercado.
O interesse da empresa liderada por Francisco Lacerda na PT Portugal é
reforçar a posição no sector das telecomunicações, onde estão presentes
com o operador virtual Phone-ix. Mas, como os CTT não têm músculo
financeiro para suportar o investimento, o passo natural seria entrar no
negócio com parceiros, explicaram as mesmas fontes.
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Uma associação com a família Azevedo e a empresária angolana vai ao
encontro do anúncio já feito há uma semana pela Zopt (sociedade detida
por Isabel dos Santos e pela Sonae e que controla a operadora Nos). A
empresa assumiu que poderia ser encontrada uma “solução” de “interesse
nacional” para a PT Portugal.
Esta proposta visava arranjar parceiros - de preferência nacionais -
para lançar uma oferta pelos activos da operadora em Portugal (como a
Meo, o Sapo e todas as infra-estruturas de telecomunicações).
O SOL questionou os CTT sobre a eventual parceria ou contactos com a Zopt, mas a empresa não respondeu.
Em comunicado divulgado quinta-feira, depois de terem surgido rumores
na imprensa brasileira sobre o interesse na operadora, os correios
adiantaram apenas que vão “acompanhar o processo de venda da PT Portugal
por forma a analisar todas as oportunidades que façam sentido no
desenvolvimento da suas áreas de negócio”. E sublinham que “não tomaram
qualquer decisão quanto a tais oportunidades”.
Isabel dos Santos aposta forte
O envolvimento de Isabel dos Santos na possível compra da PT não fica
por uma eventual parceria com os CTT e com a Sonae. A empresária
decidiu também avançar sozinha com uma Oferta Pública de Aquisição (OPA)
sobre a PT SGPS - holding cujos activos são a participação de 25,6% no
capital da brasileira Oi e a dívida de 900 milhões de euros na Rioforte -
empresa declarada insolvente.
A investidora ofereceu no último domingo 1,2 mil milhões de euros
pela companhia portuguesa. Um valor considerado baixo pelos analistas de
mercado.
Caso a OPA lançada por Isabel dos Santos se concretize, a empresária
fica com um pé no mercado brasileiro. Mas o principal objectivo será
mesmo ter uma palavra final sobre os activos que a Oi quer vender. A
investidora angolana está de olho nos activos da PT Portugal - embora
tenha limitações concorrenciais por já estar presente na Nos - e o
interesse em ficar com os 25% que a PT Portugal detém na angolana Unitel
também é público.
Ganhar tempo
Como os activos que a PT detinha em África também passaram para a Oi,
a entrada da angolana na operadora brasileira através da PT SGPS
poderia abrir caminho para a empresária comprar a posição na Unitel. Até
porque, como a PT SGPS detém 25,6% do capital da Oi, tem poder de veto
para eventuais vendas da PT Portugal ou da Africatel (que tem a Unitel).
Fontes do mercado acreditam que a OPA - tendo em conta o valor
oferecido e todas as imposições - terá sido um passo para “ganhar
tempo”, analisar as restantes ofertas e preparar uma “solução de
interesse nacional” a par com a Sonae.
O presidente executivo da Oi garantiu quinta-feira, numa conference
call com analistas, que a oferta de Isabel dos Santos está associada aos
activos em África, e que os mesmos já têm comprador.
A Oi já tinha referido no início da semana que a OPA de Isabel dos
Santos era “inoportuna”, recusando-se a aceitar as condições elencadas
na proposta - como a revisão dos termos da fusão da PT com a Oi ou o
impedimento da brasileira vender activos até ao 30.º dia a contar da
liquidação da operação.
Em resposta à Oi, Isabel dos Santos lamentou a posição, mas admitiu prescindir de algumas das condições.
Quinta-feira, na mesma conversa com analistas, o presidente executivo
da Oi, Bayard Gontijo, insistiu na 'nega'. “Não sabemos se a OPA vai
continuar ou não, mas não estamos dispostos a mudar nada”.
Agora, os accionistas da PT SGPS terão oito dias a partir da data em
que recebam o projecto prospecto da oferta, para tomar uma decisão,
sendo que há outras ofertas em curso para comprar apenas a PT Portugal
(e não a SGPS).
A francesa Altice e os fundos Apax e Bain apresentaram propostas
concretas. A Altice, dona da Cabovisão e da Oi, ofereceu 7.025 milhões
de euros, enquanto os fundos subiram a parada em 50 milhões.
Fonte da Altice garantiu ao SOL que a empresa está confiante na sua
oferta. “Temos uma proposta totalmente financiada e um projecto
industrial para a PT Portugal”. Por estes motivos, acreditam que não
será preciso aumentar o valor.
Quanto ao lançamento de uma OPA concorrente à de Isabel dos Santos
pela SGPS, a dona da Cabovisão refere apenas que não comenta essa
possibilidade.
O Novo Banco, a Visabeira, a Ongoing e os restantes accionistas da PT
SGPS reuniram-se sexta-feira, para analisar a OPA, bem como as duas
ofertas que estão em cima da mesa pela PT Portugal.
Receitas atractivas
Apesar de a PT SGPS ainda não ter feito nenhum comentário oficial
sobre todas as propostas, o presidente da holding, Franco Melo, disse
esta semana numa reunião com o sindicato e a comissão de trabalhadores
que a OPA permitiu à PT ter maior capacidade de negociação com a Oi. O
substituto de Henrique Granadeiro disse ainda que esta oferta dá mais
tempo à empresa para a “discussão e análise das propostas”.
Quanto à ruptura da combinação de negócios com a Oi, pedida pelos
sindicatos, Franco Melo adiantou apenas que neste momento não é possível
saber “se o casamento está para durar ou não, ou se o divórcio está
próximo”.
A PT Portugal apresentou quinta-feira resultados e mostrou por que
motivo é cobiçada. No terceiro trimestre, apesar de as receitas terem
caído 4,5%, atingiram 568 milhões de euros. Tendo em conta apenas o
segmento residencial, a empresa fechou o trimestre com receitas de 175
milhões de euros, menos 0,5% que no período homólogo. Apesar da queda,
as operações em Portugal tiveram melhor desempenho do que as
brasileiras: as receitas da Oi recuaram 5,1%.
* Ao contrário do prof. Rebelo de Sousa não nos interessa se a PT vai para lusófonos ou não, dinheiro manchado de sangue do povo angolano, dinheiro do papá gamado ao povo angolano, que merda, perdoem a expressão, de lusofonia.
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