HOJE NO
"DIÁRIO ECONÓMICO"
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Bancos descem ‘spreads’ da habitação no. papel mas continuam a cobrar o mesmo
Na prática os bancos continuam a cobrar praticamente o mesmo que no passado, mas alargaram os critérios de concessão.
Pouco mais de um ano depois de das primeiras revisões em
baixa dos ‘spreads' divulgados nos seus preçários, pouco parece ter
mudado no preço que os bancos cobram efectivamente na altura de conceder
crédito à habitação. Segundo cálculos do Diário Económico, a média dos
‘spreads' aplicados pelos bancos em Agosto último era igual à que se
verificava em Junho do ano passado. Ou seja, no mês anterior à primeira
descida de ‘spreads' que foi levada a cabo pelo BES (actual Novo Banco) em Julho de 2013.
.
Para este cálculo foram tidos em conta os dados do Banco de Portugal
relativos à evolução da taxa de juro dos novos empréstimos à habitação e
do comportamento dos principais indexantes utilizados neste tipo de
crédito: as Euribor a três e seis meses. Sendo assim, em Agosto passado a
taxa média dos novos créditos para a compra de casa situou-se, em
termos médios, nos 3,09%, enquanto a média das taxas Euribor a três e
seis meses se cifrou em 0,2%. A diferença entre estes dois valores
corresponde ao ‘spread' médio cobrado pelos bancos nos novos empréstimos
negociados em nesse mês. Ou seja, 2,89%. Utilizando o mesmo raciocínio
para Junho do ano passado, constata-se que a taxa de juro média dos
novos crédito se situou nessa altura em 3,16%, enquanto a média das
Euribor foi de 0,28%. A diferença destes dois valores corresponde também
a um ‘spread' de 2,89%.
Este dado salta à vista tendo em conta que desde Julho de 2013, entre
as 12 maiores instituições financeiras a operar em Portugal, apenas
três não procederam a cortes nos ‘spreads' mínimos. Nomeadamente, o BPI -
que se mantém ainda assim com um dos ‘spreads' mínimos mais baixos do
mercado (2,5%) - o Banif e o BBVA. Já os limites máximos do custo do
crédito cobrado pelos bancos não sofreram cortes também em apenas três
bancos: o BPI, o BBVA e o Deutsche Bank.
Estas revisões no papel por parte dos bancos parecem assim não estar a
ter surtir grande impacto nos contratos que estão a ser concretizados
desde essa altura, sendo mais o resultado do alargamento dos respectivos
critérios de concessão. Apesar disso, os portugueses que estão a
recorrer ao financiamento bancário para a aquisição de casa estão a
beneficiar dos níveis historicamente reduzidos das taxas de juro. Esta
tendência leva a que a taxa de juro dos novos empréstimos para a compra
de casa esteja no nível mais baixo dos últimos três anos e meio. A
expectativa é que os portugueses continuem a beneficiar por mais algum
tempo da espiral descendente dos indexantes.
* Os bancos são muito nossos amigos e os banqueiros ainda mais!
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