HOJE NO
"DIÁRIO ECONÓMICO"
"DIÁRIO ECONÓMICO"
Por que é que Portugal subiu 15 lugares
. no ranking da competitividade?
Relatório do Fórum Económico Mundial põe Portugal na 36ª posição, interrompendo tendência de nove anos de retrocesso.
Portugal recuperou quinze posições no ‘ranking' mundial
de competitividade medido pelo Fórum Económico Mundial, ocupando agora a
36ª posição. A melhoria, divulgada ontem no relatório "Global
Competitiveness 2014-2015", interrompe uma tendência de nove anos de
estagnação ou queda do país num dos exercícios comparativos referenciais
para a comunidade de investidores.
"Estes indicadores são importantes como referência internacional para
quem faz investimentos, ajudando a melhorar a imagem de Portugal",
comenta Manuel Caldeira Cabral, professor de Economia na Universidade do
Minho. "É importante como fazedor de opinião e uma ajuda ao trabalho da
AICEP [agência de promoção de investimento] e das empresas
portuguesas", junta.
O 36º lugar de Portugal coloca o país entre Espanha (35º) e a
República Checa, num ranking que continua a ser liderado pela Suíça e
que tem seis economias europeias entre os dez melhores classificados
(ver infografia).
A melhor posição ocupada por Portugal foi um 24º lugar
em 2004, primeiro ano do relatório - desde então, outros países têm
passado à frente. A actual posição é a melhor desde 2008.
O Fórum Económico Mundial - uma fundação suíça, que organiza
anualmente o influente encontro de líderes políticos e empresariais em
Davos - justifica a melhoria portuguesa com "o ambicioso programa de
reformas adoptado pelo país".
Analisando a decomposição da nota
final de Portugal verifica-se que o salto de quinze lugares se deve
sobretudo ao desempenho de "factores de eficiência económica" (que valem
50% da nota), com destaque para o mercado laboral e o de produto, alvo
recente de reformas - no primeiro caso mudanças à lei laboral (um dos
pontos em análise pelo Fórum na área do trabalho), no outro mudanças na
lei da concorrência e redução parcial das rendas excessivas em alguns
sectores (um esforço que a ‘troika' considerou curto na área da
energia).
A avaliação mais positiva da capacidade de inovação e
sofisticação dos negócios em Portugal foi outro factor importante de
melhoria, num capítulo que vale 30% da nota.
A melhoria levou ontem o Governo, a maioria e a AICEP a reagirem ao
longo do dia. Pires de Lima, ministro da Economia, destacou a
visibilidade do indicador na "comunidade internacional" - e, em tom
crítico e críptico, apontou que a evolução registada mostra quem está a
ganhar no "braço-de-ferro" entre quem ajuda e o "que contribui para o
atraso e descredibilização", referências prováveis aos casos recentes no
Banco Espírito Santo e na Portugal Telecom. Já Nuno Crato, que tutela a
Educação, destacou a evolução na área da matemática e das ciências (de
73º para 43º lugar).
O que trava uma melhor nota
Apesar das melhorias - que economistas como Caldeira Cabral
contrastam com a realidade (ver entrevista ao lado) - sobram os
habituais obstáculos para quem quer investir em Portugal. Cinco dos seis
pontos que mais queixas reúnem junto de investidores inquiridos pelo
Fórum estão nas mãos do poder político: ineficiência da burocracia
pública, impostos que desincentivam trabalho e investimento,
instabilidade de políticas ou rigidez que sobra na lei laboral.
Olhando para a multiplicidade de factores de análise do Fórum os
impostos (131º lugar no trabalho e 129º no investimento), a relação
entre salários e produtividade e aspectos ligados à justiça estão entre
aqueles em que Portugal está pior classificado.
* Fica-se contente com este pulo, fruto do brutal sacrfício imposto aos portugueses e não da boa governação?
Fica-se contente quando o mérito é da fome, do desemprego, do desespero, da perda de habitação, das falências dos pequenos e médios empresários?
Fica-se contente quando o relatório nada refere sobre a permissividade governativa face à banca criminosa?
O Fórum Económico Mundial é um departamento dos caciques de Davos!
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