O QUE NÓS
RECORDAMOS!
Quando eu era criança…
Dez escritores de livros infantis recordam aquilo que liam e os brinquedos que adoravam
No dia 1 de Junho, é celebrada a infância, a primeira época da vida de
qualquer pessoa. Contudo, há pessoas que não a deixam logo para trás, e
que a revisitam para enriquecer a infância dos outros.
É o caso destes 10 escritores, a quem perguntámos quais foram os livros e
brinquedos mais queridos em crianças. Todas estas pessoas criaram obras
para o público infanto-juvenil e hoje em dia, povoam a cabeça das
nossas crianças.
Ana Maria Magalhães
68 anos
Escreveu mais de 100 livros infantis e juvenis
O livro: ‘As Férias de Sofia’, da Condessa de Ségur
O brinquedo: bonecas
“Quando era pequena, havia poucos livros para crianças na altura. Eu lia tudo o que me aparecia pela frente, como a Condessa de Ségur, que escreveu ‘As Férias de Sofia’. Li todos os livros da Colecção Azul [do Círculo de Leitores], mas este era o meu preferido. Tinha oito anos e nele havia uma personagem chamada Tiago. Não havia ninguém chamado Tiago na minha geração – foi com aquele livro que escolhi o nome do meu filho.
Havia outra colecção, a ‘Manecas’, de livros fininhos e baratinhos. Lembro-me d’ ‘O Anão Amarelo’. Também lia uma antologia de poemas brasileiros para crianças. Fascinavam pela língua diferente, pela palavra que não se conhecia bem, era o mesmo que pôr sal ou picante na prosa ou na poesia. Lá estava o ‘Café com Pão’ do Manuel Bandeira [o poema chama-se 'Trem de Ferro'].
Eu tinha muitos irmãos e primos, com quem fazia brincadeiras com enredo. Eu inventava histórias e havia duas modalidades. Na primeira, eu distribuía papéis: por exemplo, como a terra da minha avó se chamava Freixo de Espada à Cinta, o meu irmão Tozé foi baptizado de Freixo e prendi-lhe uma espada de plástico à cintura. Sempre que chegava o vilão éramos salvos pelo Freixo.
Na segunda, punha os amigos à minha volta e perguntava o que é que gostariam de ser. Havia situações engraçadas: o meu irmão Manel dizia: 'Quero ser uma mosca furunculosa!', e eu tinha de inventar uma história.
Integrávamos os brinquedos na brincadeira. Às vezes, pegava numa boneca e fazia-se o baptizado dela. Depois aparecia a bruxa que queria raptá-la…”
A PARTIR DE UM TRABALHO DE LEONOR RISO
IN "SÁBADO"
01/06/14
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Ana Maria Magalhães
68 anos
Escreveu mais de 100 livros infantis e juvenis
O livro: ‘As Férias de Sofia’, da Condessa de Ségur
O brinquedo: bonecas
“Quando era pequena, havia poucos livros para crianças na altura. Eu lia tudo o que me aparecia pela frente, como a Condessa de Ségur, que escreveu ‘As Férias de Sofia’. Li todos os livros da Colecção Azul [do Círculo de Leitores], mas este era o meu preferido. Tinha oito anos e nele havia uma personagem chamada Tiago. Não havia ninguém chamado Tiago na minha geração – foi com aquele livro que escolhi o nome do meu filho.
Havia outra colecção, a ‘Manecas’, de livros fininhos e baratinhos. Lembro-me d’ ‘O Anão Amarelo’. Também lia uma antologia de poemas brasileiros para crianças. Fascinavam pela língua diferente, pela palavra que não se conhecia bem, era o mesmo que pôr sal ou picante na prosa ou na poesia. Lá estava o ‘Café com Pão’ do Manuel Bandeira [o poema chama-se 'Trem de Ferro'].
Eu tinha muitos irmãos e primos, com quem fazia brincadeiras com enredo. Eu inventava histórias e havia duas modalidades. Na primeira, eu distribuía papéis: por exemplo, como a terra da minha avó se chamava Freixo de Espada à Cinta, o meu irmão Tozé foi baptizado de Freixo e prendi-lhe uma espada de plástico à cintura. Sempre que chegava o vilão éramos salvos pelo Freixo.
Na segunda, punha os amigos à minha volta e perguntava o que é que gostariam de ser. Havia situações engraçadas: o meu irmão Manel dizia: 'Quero ser uma mosca furunculosa!', e eu tinha de inventar uma história.
Integrávamos os brinquedos na brincadeira. Às vezes, pegava numa boneca e fazia-se o baptizado dela. Depois aparecia a bruxa que queria raptá-la…”
A PARTIR DE UM TRABALHO DE LEONOR RISO
IN "SÁBADO"
01/06/14
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