HOJE NO
"CORREIO DA MANHÃ"
Doentes com Hepatite C
desesperam por medicamento
Associação SOS Hepatites reclama acesso a medicamento que apresenta elevada taxa de cura.
Numa conferência de Imprensa realizada esta quinta-feira na Ordem dos Médicos, em Lisboa, a presidente da associação SOS Hepatites, Emília Rodrigues, afirmou que atualmente há cerca de 100 doentes que precisam urgentemente de um medicamento inovador, sofosbuvir.
Este medicamento está ser objecto de negociações entre o Ministério da Saúde e o laboratório Gilead, que o produz. Cada tratamento, que dura três meses, custa cerca de 48 mil euros. “Estes doentes, se não tomarem o medicamento (sofosbuvir), irão evoluir para uma cirrose e para um cancro do fígado e muitos deles irão morrer em pouco tempo.
Há doentes que não podem esperar muito tempo pela aprovação do medicamento”, afirmou Emília Rodrigues. Segundo a responsável, a falta de tratamento atempado e adequado dos doentes sairá muito mais oneroso para o Estado do que o custo do medicamento.
A Ordem dos Médicos mostrou-se solidária com os doentes. O bastonário da Ordem, José Manuel Silva, afirmou que a instituição mostrou-se disponível para participar nas negociações (entre a tutela e o laboratório) mas o senhor ministro (Paulo Macedo) prescindiu do apoio da Ordem e dos doentes”, criticou o bastonário.
O bastonário referiu ainda que “os médicos estão a ser pressionados pelas administrações hospitalares para não prescreverem medicamentos inovadores, devido à lei dos compromissos. “Os médicos continuam a prescrever os medicamentos e a tratar os doentes segundo o estado de arte e os doentes devem pedir aos médicos cópia das prescrições para enviar à Ordem”, salientou José Manuel Silva.
Segundo o responsável, se os pedidos do medicamento não chegam à Autoridade Nacional do Medicamento (Infarmed), a responsabilidade é dos conselhos de administração hospital, que não aprovam os pedidos das comissões de farmácia, que avaliam os casos.
"Não sabemos em que parte do circuito é que ficam bloqueados os pedidos se é nas comissões de farmácia ou nos conselhos de administração", afirmou o bastonário. Karen Gaidão, madrinha da associação e doente de hepatite C, pede ao ministro da Saúde que “pense com o coração porque se o medicamento é caro, uma vida não tem preço”.
Outro doente, José Santos, que também precisa do medicamento, sublinha que agora há “um míssil” – o medicamento – que “dá cabo do vírus” e traz esperança de cura aos infetados.
* Mas haverá sempre dinheiro para um Mercedes ali, um BMW acolá, um submarino sabe-se lá...
.
Sem comentários:
Enviar um comentário