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Passos Coelho diz que juízes
do Constitucional têm de ser mais
bem escolhidos
O
primeiro-ministro defende que os juízes "que determinam a
inconstitucionalidade de diplomas em circunstâncias tão especiais",
deveriam estar sujeitos a "um escrutínio muito maior do que o feito" até
hoje
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O
presidente do PSD, Pedro Passos Coelho, defendeu hoje em Coimbra que as
prerrogativas desvirtuadas do Constitucional "não se resolvem acabando"
com este tribunal, mas escolhendo "melhores juízes".
Passos Coelho considerou que os juízes do Tribunal Constitucional,
"que determinam a inconstitucionalidade de diplomas em circunstâncias
tão especiais", deveriam estar sujeitos a "um escrutínio muito maior do
que o feito" até hoje.
"Como é que uma sociedade com transparência e maturidade democrática
pode conferir tamanhos poderes a alguém que não foi escrutinado
democraticamente", questionou Pedro Passos Coelho, apontando para o caso
dos Estados Unidos da América em que os juízes "escolhidos para este
efeito têm um escrutínio extremamente exigente", disse.
"Não temos sido tão exigentes quanto deveríamos ter sido", sublinhou,
durante a intervenção que fez esta noite, em Coimbra, no encerramento
da primeira conferência do ciclo comemorativo dos 40 anos da fundação do
PSD.
Antes de se referir ao Tribunal Constitucional, Passos Coelho
deteve-se sobre os poderes do Presidente da República, defendendo que
este órgão de soberania deve manter "o poder discricionário de dissolver
a Assembleia da República", sob pena de deixar de se justificar a sua
eleição por voto direto.
"Umas vezes, esse poder [presidencial] foi utilizado para desencravar
o sistema político, outras para ajustes de contas", mas "isso não tem
que ver com o sistema, tem que ver com o seu uso", salientou.
Esta é "de certa maneira uma questão parecida com a polémica constitucional que tem estado instalada", acrescentou.
Reconhecendo que o atual sistema político "precisa de melhorias", o
primeiro-ministro considerou que seria necessário mudar "a natureza do
sistema eleitoral", porém tal alteração será "difícil", porque o PS se
tem mostrado "indisponível para a reavaliação" do sistema.
Pedro Passos Coelhos defendeu, por outro lado, a melhoria da
"representação" a partir de um sistema de voto preferencial, em que as
pessoas podem influenciar a ordem dos candidatos nas listas de cada
partido, assim como a implementação do voto eletrónico.
Sobre esta escolha, o líder do PSD referiu que, "apesar de não ser
uma opção do sistema, ela representa uma inovação que é necessária" e
pode ser usada como mecanismo de combate "à abstenção involuntária".
Pedro Passos Coelho falava na conferência "A Democracia e as Novas
Representações", que se realizou hoje à noite no Pavilhão Centro de
Portugal, no âmbito das comemorações dos 40 anos do PSD, onde também
discursaram o fundador do partido Francisco Pinto Balsemão, o deputado
do PSD Fernando Negrão, o politólogo António Costa Pinto e Marcelo Nuno,
líder da distrital de Coimbra dos sociais-democratas.
* Pela primeira vez concordamos em absoluto com Passos Coelho que até nos atrevemos a sugerir nomes: Manuel Godinho, Valentim Loureiro, Armando Vara, Isaltino Morais, Dias Loureiro, Arlindo de Carvalho, Oliveira e Costa, Duarte Lima, José Socrates, Rui Soares, Silva Carvalho e há muitos mais que não dariam dores de cabeça ao primeiro ministro.
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