HOJE NO
"JORNAL DE NOTÍCIAS"
Rui Moreira diz que não faz sentido
manter Casa Manoel de Oliveira
O presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, justificou esta terça-feira a venda em
hasta pública da Casa Manoel de Oliveira, na Foz, com o facto de não
fazer sentido "manter uma casa que nunca foi utilizada".
"Por razões que são conhecidas, nunca houve interesse do cineasta em
viver lá, nunca foi dado uso à casa", disse Rui Moreira aos jornalistas,
acrescentando que, sendo conhecido o projeto de construção de um
edificado para Manoel de Oliveira em Serralves, "o objeto desta casa (na
Foz) deixa de se justificar".
A Câmara do Porto realiza no dia 7 de maio uma hasta pública para
alienar a Casa Manoel de Oliveira, na Foz, que foi projetada pelo
arquiteto Souto Moura para o realizador português, sendo o valor base de
licitação das duas frações que compõem o edificado de cerca de 1,5
milhões de euros.
"A casa é património para alguém que a possa valorizar", acrescentou Rui Moreira.
Questionado
sobre o que falhou neste projeto, o autarca respondeu não poder julgar
"uma série de desencontros entre o município e o mestre Manoel de
Oliveira".
Rui Moreira salientou que Manoel de Oliveira "continua
ativo, vai a ter a sua casa nos jardins de Serralves e não haverá
problemas".
O projeto da casa na Foz foi lançado em 1998, "ainda no tempo do (autarca) Fernando Gomes", lembrou Moreira.
A
obra ficou pronta apenas em 2003, ano em que a Câmara era já liderada
pelo social-democrata Rui Rio, que derrotou o socialista Fernando Gomes
nas eleições autárquicas de 2001, e nunca foi formalizado um acordo com o
realizador para o uso da casa.
Em novembro de 2013, a Fundação de
Serralves assinou um protocolo com a família de Manoel de Oliveira para
instalar no museu um núcleo com o espólio do cineasta, num projeto do
arquiteto Siza Vieira que aproveitará a antiga garagem do conde de
Vizela.
O edifício vai albergar uma exposição permanente, um
anfiteatro de 50 lugares e salas para arquivo e consulta do espólio do
realizador portuense que completou no ano passado o seu 105.º
aniversário.
* Entretanto alguém ganhou alvíssaras à custa do nome do cineasta.
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