HOJE NO
"DIÁRIO DE NOTÍCIAS
DA MADEIRA"
Deflação é "razão de preocupação"
na zona euro e BCE deve agir
quando estiver preparado
O economista-chefe do FMI Olivier Blanchard afirmou hoje que a
deflação é "uma razão de preocupação" na zona euro e defendeu que o
Banco Central Europeu (BCE) deve agir "assim que esteja tecnicamente
preparado".
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"Uma razão de preocupação na zona euro é a deflação. Se isso
acontecer, faria com que o ajustamento dos países da periferia fosse
ainda mais difícil e isso deve ser evitado", afirmou Olivier Blanchard,
em Washington, na conferência de imprensa de apresentação do 'World
Economic Outlook', que inclui as previsões macroeconómicas da
organização.
Para o responsável, a questão é saber como é que isso pode ser
evitado, considerando que é preciso "garantir o aumento do
crescimento".
Em relação à atuação do BCE, Blanchard afirmou que o banco central
"está consciente de que a inflação está abaixo do objetivo" de
estabilidade de preços, de 2%, e "está a considerar medidas", que podem
incluir "taxas de juro negativas e 'quantitative easing'" (compra de
ativos, como obrigações).
"Não vou discutir aqui as medidas que o BCE pode tomar. Todas devem
ser consideradas e posso dizer que mais cedo é melhor do que mais
tarde", disse Olivier Blanchard, sublinhando que as medidas não
convencionais de política monetária devem ser adotadas "assim que o BCE
estiver tecnicamente preparado".
Olivier Blanchard referiu-se ainda ao aumento das desigualdades,
afirmando que será um assunto "cada vez mais importante": "Com a
diminuição dos efeitos da crise financeira, outra tendência que pode
dominar é a desigualdade crescente", notou.
Para o economista-chefe do FMI, "ainda que a desigualdade tenha
sempre sido percecionada como um assunto central, até agora não tinha
sido vista como tendo grandes implicações macroeconómicas".
No entanto, Blanchard alertou que "a forma como a desigualdade afeta
tanto a macroeconomia como o desenho de políticas macroeconómicas vai
provavelmente ser um tema cada vez mais importante na agenda no futuro e
durante muito tempo".
*Visão keynesiana
A deflação pode ser gerada por uma procura agregada inferior à da oferta do produto potencial e daqui pode ganhar um ritmo próprio ao estabelecer-se na economia criando expectativas de deflação para os anos futuros.
Os preços acabam caindo sempre que sobram mercadorias por falta de
consumidores. Como as empresas não conseguem vender como antes, mesmo a
preços menores, o faturamento e o lucro também acabam reduzidos.
Para
não ficar no prejuízo, elas são obrigadas a diminuir o ritmo da produção
e a demitir funcionários. Com o desemprego
alto, ninguém costuma gastar além da conta. Por isso, a oferta de
serviços e os estoques crescem. Resultado: excesso de bens e preços
menores que os de períodos anteriores.
O processo de deflação ainda pode ser iniciado, ou agravado, pela
baixa oferta de moeda. Quer dizer, falta dinheiro em circulação, seja
por causa dos juros altos, que tornam o crédito proibitivo, seja pela
falta de investimentos.
Essa bola de neve costuma afetar todos os
setores da economia, do agricultor aos fabricantes de eletrodomésticos, além de abalar a própria estrutura social.
IN "WIKIPÉDIA"
(PORTUGUÊS DO BRASIL)
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