08/04/2014

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HOJE NO
"DIÁRIO DE NOTÍCIAS 
DA MADEIRA"

Deflação é "razão de preocupação" 
na zona euro e BCE deve agir 
quando estiver preparado

O economista-chefe do FMI Olivier Blanchard afirmou hoje que a deflação é "uma razão de preocupação" na zona euro e defendeu que o Banco Central Europeu (BCE) deve agir "assim que esteja tecnicamente preparado".
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"Uma razão de preocupação na zona euro é a deflação. Se isso acontecer, faria com que o ajustamento dos países da periferia fosse ainda mais difícil e isso deve ser evitado", afirmou Olivier Blanchard, em Washington, na conferência de imprensa de apresentação do 'World Economic Outlook', que inclui as previsões macroeconómicas da organização.

Para o responsável, a questão é saber como é que isso pode ser evitado, considerando que é preciso "garantir o aumento do crescimento".

Em relação à atuação do BCE, Blanchard afirmou que o banco central "está consciente de que a inflação está abaixo do objetivo" de estabilidade de preços, de 2%, e "está a considerar medidas", que podem incluir "taxas de juro negativas e 'quantitative easing'" (compra de ativos, como obrigações).
"Não vou discutir aqui as medidas que o BCE pode tomar. Todas devem ser consideradas e posso dizer que mais cedo é melhor do que mais tarde", disse Olivier Blanchard, sublinhando que as medidas não convencionais de política monetária devem ser adotadas "assim que o BCE estiver tecnicamente preparado".

Olivier Blanchard referiu-se ainda ao aumento das desigualdades, afirmando que será um assunto "cada vez mais importante": "Com a diminuição dos efeitos da crise financeira, outra tendência que pode dominar é a desigualdade crescente", notou.

Para o economista-chefe do FMI, "ainda que a desigualdade tenha sempre sido percecionada como um assunto central, até agora não tinha sido vista como tendo grandes implicações macroeconómicas".

No entanto, Blanchard alertou que "a forma como a desigualdade afeta tanto a macroeconomia como o desenho de políticas macroeconómicas vai provavelmente ser um tema cada vez mais importante na agenda no futuro e durante muito tempo".

*Visão keynesiana
A deflação pode ser gerada por uma procura agregada inferior à da oferta do produto potencial e daqui pode ganhar um ritmo próprio ao estabelecer-se na economia criando expectativas de deflação para os anos futuros. 

Os preços acabam caindo sempre que sobram mercadorias por falta de consumidores. Como as empresas não conseguem vender como antes, mesmo a preços menores, o faturamento e o lucro também acabam reduzidos. 


Para não ficar no prejuízo, elas são obrigadas a diminuir o ritmo da produção e a demitir funcionários. Com o desemprego alto, ninguém costuma gastar além da conta. Por isso, a oferta de serviços e os estoques crescem. Resultado: excesso de bens e preços menores que os de períodos anteriores.

O processo de deflação ainda pode ser iniciado, ou agravado, pela baixa oferta de moeda. Quer dizer, falta dinheiro em circulação, seja por causa dos juros altos, que tornam o crédito proibitivo, seja pela falta de investimentos. 

Essa bola de neve costuma afetar todos os setores da economia, do agricultor aos fabricantes de eletrodomésticos, além de abalar a própria estrutura social.

IN "WIKIPÉDIA"
(PORTUGUÊS DO BRASIL)

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