HOJE NO
"AÇORIANO ORIENTAL"
PSD, PS e CDS-PP "chumbam" obrigatoriedade do regime de exclusividade dos deputados
Os diplomas do BE para tornar obrigatório o regime de
exclusividade dos deputados e do PCP para alargar o regime de
incompatibilidades dos titulares de cargos políticos foram chumbados
hoje com os votos contra da maioria e do PS.
PCP, BE e PEV votaram favoravelmente as duas iniciativas.
O atual estatuto do deputado prevê já várias incompatibilidades e impedimentos, nomeadamente em regime de acumulação.
No entanto, o BE defendia a obrigatoriedade da exclusividade,
alegando que o regime atual é ainda insuficiente porque continua a
permitir os deputados possam acumular essas funções com outras
atividades profissionais no setor privado, como administradores,
gestores, consultores ou advogados.
O diploma do PCP preconizava a alteração do Estatuto dos Deputados e o
Regime Jurídico de Incompatibilidades e Impedimentos dos Titulares de
Cargos Políticos e Altos Cargos Públicos, nomeadamente a extensão, em
matéria de impedimentos, das limitações já existentes para empresas
maioritariamente públicas e institutos públicos autónomos a todos os
seus órgãos sociais.
O aumento do período de impedimento de exercício de actividades
privadas após exercício de funções públicas para cinco anos e o
alargamento desta regra aos titulares de altos cargos públicos eram
outras das propostas dos comunistas.
Anunciaram a apresentação de declarações de voto os deputados do PSD
Conceição Ruão, Eduardo Teixeira, Manuela Tender, Graça Mota, Duarte
Marques, Cristovão Norte e Mendes Bota.
Os deputados do PS Rui Paulo Figueiredo e António Cardoso anunciaram igualmente que iriam apresentar declarações de voto.
Na declaração de voto de Duarte Marques e Cristovão Norte, a que a
Lusa teve acesso, os dois deputados sociais-democratas alegam que
"apesar de concordarem com o espirito e objetivo da iniciativa, em
particular com a obrigatoriedade da exclusividade, os projetos de lei
apresentados pelo Bloco de Esquerda e pelo PCP carecem de alcance e
profundidade no articulado proposto face aos desafios que se colocam".
"Esta matéria deve ser fruto de uma reflexão séria, desprovida de
oportunismos e englobada numa reforma estrutural do sistema político, a
qual deve compreender o voto preferencial, a redução do número de
deputados para 180 no limiar inferior que tem tradução constitucional,
bem como o debate sobre a obrigação do regime de exclusividade, entre
outras alterações que promovam e reforcem as relações de confiança e
credibilidade do sistema político. Ora, esta visão integrada não tem
cabimento nas iniciativas desgarradas que foram submetidas a apreciação
do Plenário da Assembleia da República", acrescentam ainda os dois
deputados do PSD.
* O resultado da votação era previsível, o PS faz parte dos partidos do covil da governação, votou no óbvio.
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