24/03/2014

RENATO PAIVA

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A Internet 
mudou a maneira 
de ensinar nas escolas?

A evolução tecnológica tem invadido o quotidiano de todos nós das mais diversas maneiras. Do desporto ao entretenimento, do empresarial ao escolar são raras as áreas em que a tecnologia não alargou fronteiras da sua intervenção e começou a causar impacto.

Na escola também iniciou caminho desde há algum tempo. As apresentações electrónicas substituíram facilmente os acetatos, os computadores evoluíram para tablets interactivos e há hoje um maior número de recursos disponíveis para a docência. A Internet é um deles.

Com a Internet não chegou apenas o acesso a informação rápida, fácil e gratuita. Chegaram novas possibilidades de acesso à informação, novos conteúdos multimédia educativos e uma outra forma de comunicar e interagir com os alunos, mesmo quando estes estão além fronteiras da escola.

As plataformas educacionais são uma ferramenta poderosa que envolve os alunos numa componente activa e orientada pelos professores num processo de consolidação de estudo e autonomização de processos de trabalho. Através das plataformas os alunos em casa podem aceder a conteúdos disponibilizados pelos professores, participar em fóruns de discussão temáticos, realizar trabalhos individuais ou em grupo, exercícios interactivos, mindmaps, entre outras funcionalidades. Ir à plataforma ou ir ao Moodle passou a ser uma expressão comum entre os estudantes actualmente!

Os conteúdos multimédia disponíveis online também são um contributo interessante para os professores. Os aplets que permitem demonstrar conceitos, os vídeos explicativos das matérias são uma mais-valia, assim como os sites com explicações mais ilustradas e exercícios de aplicação das matérias.

Com os recursos informáticos nas escolas, os professores têm à sua disposição uma panóplia de ferramentas que lhes permitem complementar a sua estratégia pedagógica, o modo de relacionamento com os alunos assim como o seu modo de ensinar.

Contudo a Internet é uma ferramenta. Apenas e só! Como o livro, o quadro de ardósia, o quadro interactivo, o projector. É um recurso disponível ao professor para poder ter em seu benefício e uso pedagógico. Como qualquer outro, é um recurso para uso pensado, ponderado, reflectido, organizado, estruturado para que não seja apenas uma novidade, mas uma real e efectiva utilidade em benefício pedagógico.

A percepção parental sobre o uso da Internet no estudo e na escola ainda não é muito convincente. Os pais têm frequentemente a percepção de que os filhos estão a brincar na Internet em vez de estarem a estudar ou a realizar trabalhos.

A revolução do Windows foi marcante. A partir do momento em que podemos realizar multi-tarefas simultâneas abrimos a possibilidade de jogar ao mesmo tempo que pesquisamos, fazemos trabalhos conversamos com os colegas, interagimos nas redes sociais, os pais ficam com a pulga atrás da orelha, algo desconfiados! Assim como os professores, quando utilizam as salas de informática com vários computadores, se lamentam de que os seus alunos também “brincam” na Internet enquanto fazem as tarefas propostas.

 A rotina e a exigência vão encarregar-se de limar arestas de distracção para aumento da eficiência. É natural que façam pausas ao longo do trabalho, assim como nós as fazemos quando vamos beber café, fumar um cigarro, conversar com a colega do lado ou olhar pela janela. Os motivos de pausa deles é que são diferentes e estão no mesmo local. Não necessitam de sair da cadeira para interromper trabalho e “viajar”!

Sejamos coerentes com a exigência, atribuindo responsabilidade e promovendo experiência. Será um caminho que se faz caminhando mas que tem resultados muito interessantes. Certamente que sim.

A Internet abriu possibilidades mais fortes no ensino à distância. Hoje é frequente fazer-se cursos online em muitas das mais conceituadas universidades do mundo. A oferta é já muita com cursos pagos e gratuitos dos mais diversos temas.

A Internet, apesar de não ter sido pensada originalmente para contexto escolar, o “online” passou a fazer parte da realidade escolar. E ainda bem!

DIRECTOR DA CLÍNICA DA EDUCAÇÃO

IN "SEMANA INFORMÁTICA"
20/03/14



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