HOJE NO
"JORNAL DE NEGÓCIOS"
Risco de pobreza subiu para
o valor mais alto desde 2005
A taxa de pobreza subiu para 18,7% em 2012, o que
compara com 17,9% no ano anterior em que havia descido ligeiramente.
Subida do risco de pobreza concentra-se nos desempregados e nas famílias
com filhos, sendo os jovens até 18 anos os que vivem as situações mais
precárias. Já entre os reformados, o risco de pobreza continua a cair e é
de 12,8%, bem abaixo da média da população portuguesa.
.
A taxa de pobreza subiu para 18,7% em
2012, o valor mais elevado desde 2005, o que compara com 17,9% no ano
anterior em que havia descido ligeiramente, revelam os resultados do inquérito às condições de vida e rendimento realizado pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).
Por grupos etários, o crescimento do risco de pobreza concentrou-se
entre os menores de 18 anos: 24,4% dos jovens, mais 2,6 pontos
percentuais do que em 2011, corriam o risco de pobreza em 2012, definido
como o acesso a um rendimento mensal inferior a 409 euros.
N. SRA. DA MISÉRIA |
Ao contrário, refere o INE, a taxa de risco de pobreza para a
população idosa (com mais de 65 anos) desceu para 14,7%, mantendo a
“tendência decrescente observada na série para este indicador desde 2003
(menos 14,2 pontos percentuais desde o início da série), expectável
face ao crescimento médio das despesas com pensões de velhice per capita
que tem vindo a verificar-se desde o início do século (7%), e em parte
devido à melhoria relativa em 2012 das pessoas com rendimentos por
adulto equivalente ligeiramente inferiores ao limiar de pobreza no ano
anterior”.
Olhando para a população portuguesa tendo em conta a sua situação
laboral, o risco de pobreza aumentou sobretudo entre os que estão
desempregados (subida de 1,9 pontos percentuais para 40,2% em 2012, o
que compara com 36,4% em 2009), tendo igualmente aumentado entre os que
têm emprego (mais 0,6 pontos para 10,5%, o que compara com 9,7% em
2009). Já entre os reformados, o risco de pobreza voltou a cair, e de
forma acentuada: menos 3,3 pontos percentuais para 12,8% em 2012 (era de
18,5% em 2009).
Na perspectiva da composição do agregado familiar, o risco de
pobreza entre as famílias sem crianças dependentes até diminuiu em 2012
(de 15,2% para 15%), o mesmo tendo sucedido com os agregados
constituídos por três ou mais adultos mas sem crianças, que apresentam a
taxa de pobreza mais baixa, 12%.
Já a taxa de risco de pobreza das famílias com crianças dependentes
registou um aumento de 1,7 pontos percentuais, para 22,2%, sendo
especialmente elevada nas famílias com três ou mais crianças (40,4%).
O INE refere ainda que, entre 2011 e 2012, o impacto das
transferências sociais na redução do risco de pobreza esbateu-se
"ligeiramente". Considerando apenas os rendimentos do trabalho, de
capital e transferências privadas, 46,9% da população residente em
Portugal estaria em risco de pobreza em 2012, o que compara com 45,4% em
2011 e 42,5% no ano anterior. Após pensões e transferências sociais,
esse risco passou para 18,7% (era de 17,9% em 2011 e de 18% em 2010).
Todas estas conclusões assentam num limiar ou linha de pobreza
relativa(que corresponde a 60% da mediana da distribuição dos
rendimentos monetários líquidos equivalentes) também mais baixo, de 409
euros mensais, contra 416 euros em 2011.
Calculando a linha de pobreza ancorada aos valores de 2009 (5.207
euros anuais, em vez 4.904 euros), concluir-se-ia que quase um quarto da
população portuguesa (24,7%) estaria em risco da pobreza, após 17,9% em
2009, 19,6% em 2010 e 21,3% em 2011.
* O governo deve estar contente com o seu "milagre económico".
.
Sem comentários:
Enviar um comentário