HOJE NO
"DIÁRIO ECONÓMICO"
“Défice de 2015 exige
novos cortes na despesa”
Redução do défice público para 2,5% vai exigir também melhorias no domínio da receita, antecipa Teixeira dos Santos.
A redução do défice público em 2015 para 2,5% vai exigir cortes
adicionais de despesa e também melhorias na receita, antecipa Fernando
Teixeira dos Santos, no programa Conta Corrente desta semana. "Esta
redução do défice corresponderá a cerca de 1,5% do Produto Interno Bruto
(PIB), ou seja, uma redução do saldo da ordem dos 2,5 mil milhões de
euros. Não creio que vamos melhorar a receita fiscal em 2,5 mil milhões
de euros entre 2014 e 2015".
Mas há outras razões para o ex-ministro apontar a necessidade de
novos cortes de despesa. "Há despesas que tendem a aumentar, por muito
rigor que haja, há uma dinâmica de despesa que faz com que algumas
rubricas tenham aumentos significativos. Recordo, por exemplo, os juros
da dívida pública; depois, todos os anos temos mais pensionistas que
terão que receber as suas pensões. Mesmo supondo que vamos ter uma
evolução positiva da receita, e é de esperar que assim seja, não me
parece que seja suficiente para assegurar que vamos ter um crescimento
na ordem dos 2,5 mil milhões de euros. Corresponderia a uma taxa de
crescimento, para o ano inteiro de 2015, de 7% ou acima, o que não é
muito verosímil".
Há, ou não, condições para a reposição dos salários na Função
Pública? "Recordo-me que, em 2010, quando foram anunciados pela primeira
vez estes cortes, tive o cuidado de esclarecer que tinham que ter um
efeito estrutural em termos de correcção do défice e estavam aí para
durar. Não podíamos ter a ilusão de que íamos ter a reposição desses
cortes ao fim de um, dois, três ou quatro anos, dependeria da evolução
da economia, das finanças públicas. Creio que temos pela frente um
cenário em que os cortes efectuados vão estabelecer uma nova base, um
novo nível remuneratório, e vai ser esse o nível de partida para
progressivas melhorias ao longo do tempo, mas melhorias que vão depender
da evolução da economia e das finanças públicas. Não se pode dar por
garantido que haverá um momento a partir do qual poderemos repor e
restituir os cortes já realizados", responde Teixeira dos Santos.
É por isso que Teixeira dos Santos diz que a realidade orçamental
não dá "grande margem de manobra ao Governo em seleccionar onde vai
introduzir este tipo de cortes. Se envereda por cortes de despesa, terá
que afectar as grandes rubricas e, aqui, mais uma vez, estamos em cima
dos salários e pensões. Ao nível dos juros, isso não depende de uma
decisão política do Governo, depende do nível da dívida, por um lado, e
da evolução dos mercados e das condições em que o Estado se possa
financiar, por outro".
Teixeira dos Santos recorda as declarações de Luís Montenegro.
"Foi com algum espanto que ouvi as declarações do líder parlamentar do
PSD, dizendo que não vai haver mais cortes nos salários ou pensões... Se
estivéssemos no dia 1 de Abril, pensaria que era uma afirmação
adequada. Não sendo, deixa-me um pouco perplexo. Admito que possa ter
mais informação que qualquer um de nós.
À partida, considero difícil
atingir este objectivo orçamental sem cortes adicionais ou sem
agravamento de impostos, mas penso que o Governo já percebeu que, após o
agravamento tributário introduzido no passado, dificilmente o poderá
fazer no próximo ano. Por outro lado, a opção do Governo tem vindo a ser
muito no sentido de efectuar uma correcção orçamental muito do lado da
despesa", conclui.
* Apesar de o raciocínio de TS estar correcto, não nos esqueçamos que ele foi um dos grandes obreiros das dificuldades extremas que os portugueses passam, o apego ao poder levaram-no a aceitar as megolomanias do lunático José Socrates, a quem Campo e Cunha tinha batido com a porta.
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